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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 1562
Acesso de texto completo
TERAPIAS EM HEMOFILIA B: PADRÃO vs. INOVADORAS ‒ REVISÃO DE LITERATURA SOBRE SEGURANÇA, EFICÁCIA E DESFECHOS
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DM Loberta, CM Duartea, MM Mantovania, RO Coelhob
a Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista (FMB-UNESP), Botucatu, São Paulo, Brasil
b Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista (HCFMB-UNESP), Botucatu, São Paulo, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A Hemofilia B (HB) é uma coagulopatia rara, ligada ao X, que levam à produção deficiente do Fator IX (FIX). Pacientes com HB grave apresentam sangramentos espontâneos frequentes, com risco de artropatia crônica e hemorragias fatais. O tratamento padrão é a profilaxia com concentrados de FIX de meia-vida padrão (SHL). Apesar de eficazes, infusões Intravenosas (IV) frequentes comprometem adesão e controle ideal. Novas abordagens incluem FIX de meia-vida estendida (EHL), terapias gênicas (scAAV2/8-LP1-hFIXco, etranacogene dezaparvovec e fidanacogene elaparvovec) e agentes não-fatoriais (concizumab, marstacimab, fitusiran). Apesar de promissoras em reduzir a carga terapêutica e melhorar a hemostasia, há escassez de comparações diretas entre seus desfechos e os da terapia padrão.

Objetivos

Comparar terapias avançadas (gênica, não-fatorial, FIX EHL) com convencionais (FIX SHL), reunindo dados sobre segurança, eficácia e desfechos clínicos.

Material e métodos

Revisão sistemática em bases de dados, com artigos publicados nos últimos 5 anos. A extração de dados focou nas intervenções, comparadores, segurança, eficácia e desfechos.

Resultados e discussão

As novas terapias melhoram o controle hemostático e a qualidade de vida (QoL), com maior conveniência, eficácia e potencial “cura”. Terapias gênicas reduziram a Taxa Anualizada de Sangramento (ABR): scAAV2/8-LP1-hFIXco de 14,0 para 1,51; etranacogene de 4,19 para 1,516; fidanacogene de 4,4 para 1,34. A scAAV2/8-LP1- hFIXco manteve FIX estável e controle hemostático por 13 anos com dose única. Com etranacogene, 96% suspenderam profilaxia após 18 meses, mesmo com anticorpos pré-existentes. Há relatos de remissão sem inibidores, trombose ou hepatotoxicidade, embora com elevação transitória de aminotransferases. Agentes não-fator são úteis em pacientes com inibidores ou que evitam administração IV, por aplicação subcutânea, que melhora adesão e QoL. Todos reduziram ABR: concizumab de 14,9 para 1,68; marstacimab de 38 para 3,18 sob demanda e de 7,9 para 5,1 em profilaxia; fitusiran com mediana de 0,877. Houve relatos de risco trombótico com concizumab e fitusiran, manejados com ajustes de dose e monitoramento. FIX EHL mostrou redução na ABR (1,29 vs. 3,12 com FIX SHL) e maior proporção sem sangramentos (0,53 vs. 0,24). Menor frequência de infusão aumentou adesão e QoL. Os desfechos clínicos são profundos: QoL aprimorada, ABR reduzida, saúde articular e funcionalidade melhoradas. Terapias não-fator se mostraram cruciais para pacientes com inibidores. Entretanto, os estudos ainda têm limitações: fases iniciais, amostras pequenas, tempo de seguimento curto, viés em não-randomizados. A ausência de ensaios comparativos diretos e sub-representação feminina limitam a generalização.

Conclusão

As terapias inovadoras em HB mostram avanços relevantes em segurança, eficácia e desfechos, superando a abordagem padrão. Apesar do potencial de conveniência, superior eficácia e até remissão, faltam estudos comparativos amplos e de longo prazo.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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