HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosAs anemias carenciais, especialmente a anemia ferropriva, seguem como importantes causas de morbimortalidade em populações vulneráveis. Apesar das estratégias disponíveis para prevenção e tratamento, essas condições ainda geram impactos significativos na saúde pública, principalmente entre idosos e pessoas com baixa escolaridade. As desigualdades regionais e sociodemográficas tornam evidente a necessidade de maior vigilância e políticas públicas direcionadas.
ObjetivosAnalisar a mortalidade por anemias carenciais no Brasil entre 2013 e 2023, com foco nos perfis sociodemográficos das vítimas e nas desigualdades regionais.
Material e métodosEstudo ecológico descritivo baseado em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), incluindo óbitos com causa básica nos códigos D50 a D53 da CID-10. Foram analisadas variáveis como ano, sexo, faixa etária, raça/cor, escolaridade e região de residência. Utilizou-se o SPSS 15.0 para análise estatística e cálculo das taxas padronizadas de mortalidade.
Discussão e conclusãoA alta mortalidade entre idosos e pessoas com baixa escolaridade reforça a influência dos determinantes sociais da saúde. Fatores como má absorção de nutrientes, polifarmácia e comorbidades agravam a vulnerabilidade nutricional no envelhecimento. O aumento de óbitos por anemia ferropriva após 2020 está alinhado aos achados de Rafael et al. (2021), que identificaram maior número de internações por essa causa durante a pandemia de COVID-19, especialmente entre idosos com fragilidade social. Além disso, dados de Silva et al. (2023) destacam a importância do diagnóstico precoce em populações vulneráveis para prevenir complicações graves. A predominância de óbitos por outras anemias nutricionais também sugere carências múltiplas e destaca a importância da avaliação nutricional completa. A mortalidade por anemias carenciais no Brasil permanece elevada e desigual. Os óbitos concentram-se entre idosos, pessoas com baixa escolaridade e residentes das regiões Sudeste e Nordeste. A tendência crescente da anemia ferropriva após 2020 reforça a necessidade de políticas públicas voltadas ao rastreamento precoce, educação nutricional e ampliação do acesso à suplementação. O enfrentamento das anemias evitáveis requer vigilância contínua e ações integradas voltadas à equidade em saúde.
Referências:
Rafael et al. (2021) Internações por anemia ferropriva no Brasil, mostrando aumento de internações em regiões mais vulneráveis, sugerindo falhas na prevenção e rastreamento.
LIU et al. (2023) Global burden of hematologic malignancies, trazendo uma comparação com doenças hematológicas malignas, que têm tido declínio de mortalidade com avanços terapêuticos, ao contrário das anemias nutricionais.




