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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 1807
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SEGURANÇA TRANSFUSIONAL EM PACIENTES COM ANEMIA FALCIFORME POR MEIO DA GENOTIPAGEM DO GRUPO SANGUÍNEO: UM ESTUDO DE CASO
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LA Santosa, ACG de Almeidab, AM Tarragôc, NR Gonçalvesd, JNV da Silvaa, MM de Souzad, MR do Nascimentod, ACdS Castrod, EC Cardosod, DM Brunettae, TB Costae, JPM Netof, SRL Albuquerqued
a Programa de Pós-Graduação em Imunologia Básica e Aplicada da Universidade Federal do Amazonas (PPGIBA-UFAM), Manaus, AM, Brasil
b Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas a Hematologia da Universidade do Estado do Amazonas (PPGH-UEA), Manaus, AM, Brasil
c Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas a Hematologia da Universidade do Estado do Amazonas (PPGH-UEA), Manaus, AM, Brasil
d Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (HEMOAM), Manaus, AM, Brasil
e Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (HEMOCE), Fortaleza, CE, Brasil
f Universidade Federal de Juiz de Fora - Campus Governador Valadares (UFJF), Juiz de Fora, MG, Brasil
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

Pacientes com anemia falciforme (AF) necessitam de transfusões frequentes e têm alto risco de aloimunização, especialmente contra antígenos do sistema Rh. Variantes eritrocitárias muitas vezes não são detectadas por testes sorológicos, resultando na seleção de hemocomponentes aparentemente compatíveis, mas capazes de induzir reações hemolíticas tardias. A elevada diversidade genética do sistema Rh em populações miscigenadas pode reduzir a acurácia da fenotipagem convencional, tornando a genotipagem molecular uma ferramenta essencial para aumentar a segurança transfusional.

Descrição do caso

Paciente masculino, 4 anos, com AF, grupo AB, fenótipo Rh DCce com reação fraca ao antígeno e, e histórico de seis transfusões. Em nova transfusão por anemia sintomática (Hb 6,2 g/dL), apresentou painel pan-reativo e anti-e identificado. Recebeu duas unidades DcE; após 4 dias, desenvolveu hemólise (Hb 5,3 g/dL, icterícia, urina escura, cefaléia). Novos anticorpos detectados: anti-E, anti-e e anti-Diᵃ. A genotipagem revelou RHCECe/RHCEce(733G), confirmando anti-e como autoanticorpo. Transfusão posterior com hemácias O DCce e O DCe não causou novas reações. O paciente estabilizou hematologicamente, mas evoluiu a óbito por sepse.

Conclusão

A variante 733C>G no RHCE está associada à expressão parcial ou fraca do antígeno e, podendo ser interpretada incorretamente em testes sorológicos convencionais. Essa característica dificulta a distinção entre alo e autoanticorpos, especialmente em pacientes politransfundidos com AF, e eleva o risco de reações hemolíticas tardias. Estudos de Klein & Flegel (2022), Chou et al. (2021) e Flegel & Gottschall (2020) recomendam a genotipagem para identificar alelos variantes e orientar a seleção de hemocomponentes mais compatíveis, reduzindo a morbimortalidade transfusional. Este caso evidencia a importância de incorporar métodos moleculares no manejo de pacientes com AF, particularmente em regiões com alta diversidade genética e presença de antígenos raros, como Diᵃ, onde a disponibilidade de testes sorológicos especializados é limitada.

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Referências:

  • Sundd P, Gladwin MT, Novelli EM. Pathophysiology of Sickle Cell Disease. Annu Rev Pathol. 2019;14:263-92.

  • Pirenne F, Bartolucci P, Habibi A. Management of delayed hemolytic transfusion reaction in sickle cell disease. Transfus Clin Biol. 2017;24(3):227-31.

  • Klein HG, Flegel WA. Molecular genetics of the Rh blood group system: clinical considerations for transfusion practice. Transfusion. 2022;62(3):499-512.

  • Chou ST, Westhoff CM, Hemker MB, et al. RH genotyping for transfusion support in sickle cell disease. Blood Adv. 2021;5(13):2662-72.

  • Flegel WA, Gottschall JL. RHCE variant alleles: clinical significance and management. Front Immunol. 2020;11:1146.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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