HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA doação voluntária de sangue é essencial para o sucesso terapêutico de pacientes que necessitam de transfusões. No entanto, manter um estoque adequado garantindo um fluxo constante de doadores no hemocentro de referência, é um desafio que exige parcerias e estratégias. Esse projeto buscou envolver mais que aspectos técnicos, destacando a importância da humanização e do trabalho interdisciplinar. Apresentamos a experiência do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), onde uma equipe multiprofissional desenvolveu ações conjuntas para mobilizar familiares, acompanhantes e colaboradores, promovendo a cultura da doação solidária, regular e consciente.
ObjetivoDestacar a importância da doação voluntária de sangue, conscientizar familiares, acompanhantes e colaboradores, e formar grupos mensais para atender aos hemocentros, promovendo uma cultura de doação contínua no hospital.
Materiais e métodoA ação foi realizada no HC-UFU, com a participação de equipe multiprofissional. As estratégias envolveram abordagens educativas presenciais em setores como enfermarias, UTI, maternidade, oncologia e pronto-socorro. Foi implantado um projeto de extensão universitária para levar informações sobre doação de sangue, medula e órgãos a espaços externos como igrejas, empresas, universidades e eventos. As abordagens foram individuais, com escuta ativa, empatia e diálogo educativo. Foram usados materiais impressos e digitais, e os interessados eram encaminhados para o hemocentro parceiro.
ResultadosA abordagem humanizada fortaleceu o vínculo com os participantes e aumentou as doações. Houve maior conscientização entre os familiares e maior engajamento das equipes. A presença de assistentes sociais, psicólogos e profissionais da humanização foi essencial para acolher emoções e esclarecer dúvidas. A atuação interdisciplinar favoreceu a formação ética e a colaboração entre setores, contribuindo para a fidelização de doadores, evitando cancelamentos de cirurgias por falta de sangue e ampliando o alcance informativo fora do hospital. O projeto também ajudou a quebrar tabus e promover uma cultura solidária.
DiscussãoO ambiente hospitalar se mostrou propício para ações de conscientização, por sua natureza receptiva. A atuação conjunta de diferentes profissionais permitiu uma abordagem mais completa, considerando aspectos emocionais e sociais dos familiares. A humanização foi fundamental para reduzir medos, superar resistências e engajar novos doadores, mostrando que estratégias são mais eficazes envolvendo uma equipe multidisciplinar identificando momentos possíveis, pontuais e adequados para abordagens que vão além do aspecto técnico e valorizam o cuidado integral e o engajamento da equipe envolvida no processo transfusional.
ConclusãoA captação de doadores de sangue no ambiente hospitalar, por meio da sensibilização de familiares e acompanhantes, revelou-se uma estratégia efetiva, especialmente quando conduzida com empatia e interdisciplinaridade. A abordagem humanizada proporcionou não apenas aumento nas doações, mas também contribuiu para a disseminação da cultura da doação voluntária e consciente e a formação de uma consciência social e solidária nos diferentes contextos em que a ação foi desenvolvida. Recomenda-se a continuidade e ampliação desta prática, bem como sua incorporação em políticas institucionais de incentivo à doação de sangue.




