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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 1402
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RELATO DE CASO DE DOENÇA LINFOPROLIFERATIVA PÓS-TRANSPLANTE EM PACIENTE TRANSPLANTADO RENAL
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RI dos Santos, SR Costa, RC Rezende, AR França, MCBA Soares, TA Rezende, PodC Terra
Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, MG, Brasil
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A doença linfoproliferativa pós-transplante (PTLD) é um distúrbio caracterizado pela proliferação linfoide ou plasmocítica que se desenvolve após imunossupressão associada a transplantes de órgãos sólidos ou de células tronco-hematopoéticas. As formas de apresentação variam de proliferação policlonal indolente a linfomas agressivos em receptores de transplantes renais. Corresponde a uma complicação rara, porém grave e potencialmente fatal. O quadro clínico depende do sítio acometido, sendo os sintomas mais comuns: febre, anorexia e perda de peso. Quando há acometimento extranodal os principais sítios acometidos são trato gastrointestinal e sistema nervoso central.

Descrição do caso

Paciente, sexo masculino, 53 anos, admitido no atendiemento com relato de episódios de movimentos clônicos em hemiface direita e membro superior esquerdo durante duas semanas, seguidos de confusão mental de aproximadamente 5 minutos. Na admissão ao serviço, apresentou quadro de emergência hipertensiva e crise convulsiva. Apresentava histórico de transplante renal há 7 anos e 5 meses, devido complicação de hipertensão arterial sistêmica, etilista e em uso crônico de imunossupressão, além de histórico de tratamento de criptococose incompleto prévio. Na admissão realizou tomografia de crânio que evidenciou edema difuso com diversos focos hipodensos. Fez ressonância magnética de encéfalo com lesões múltiplas e nodulares esparsas no parênquima cerebral com realce periférico pelo contraste, algumas com componente hemorrágico, medindo até 2,4 cm com edema circundante e restrição periférica à difusão. Foi iniciado o tratamento para neurotoxoplasmose com resultado de sorologias IgG positivo e IgM negativo. Devido à persistência dos sintomas, foi solicitado novo exame de imagem que mostrou aumento das lesões em relação ao exame anterior (12 dias de diferença). Então, como não houve resposta com o tratamento de 14 dias para neurotoxoplasmose, prosseguiu-se a investigação para avaliar diagnóstico diferencial de processo neoplásico. Foi coletado e analisado o líquor com resultado de PCR positivo para vírus Epstein-Barr. Foi realizada biópsia de lesão na região occipital com o resultado de linfoma de células B do tipo não centro germinativo. Paciente evoluiu com rebaixamento do nível de consciência e necessitou de intubação orotraqueal. Após resultado da biópsia, foi iniciado o tratamento para linfoma de sistema nervoso central, mas o paciente evoluiu para óbito.

Conclusão

O caso trata-se de uma complicação que, apesar de rara, deve ser considerada como diagnóstico diferencial em pacientes transplantados. Devido à imunossupressão crônica, os pacientes transplantados possuem risco maior de infecções oportunistas e neoplasias. Dessa forma, nos pacientes em que tratamento com neurotoxoplasmose não cursar com melhora clínica em até duas semanas, deve-se considerar biópsia para o diagnóstico diferencial de neoplasia, incluindo PTLD.

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Referência:

Al-Mansour Z, Nelson BP, Evens AM. Post-transplant lymphoproliferative disease (PTLD): risk factors, diagnosis, and current treatment strategies. Curr Hematol Malig Rep. 2013;8(3):173-83. doi: 10.1007/s11899-013-0166-y.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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