HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA terapia celular com células CAR-T representa não apenas um avanço científico significativo, mas também uma nova esperança para pacientes com doenças refratárias. Descrevemos três pacientes do sexo masculino, portadores de neoplasias refratárias, submetidos à terapia celular, com acompanhamento por citometria de fluxo (CF).
Relato de casoCaso 1: 16 anos, LLA-B. Ao diagnóstico cariótipo normal, sem infiltração em SNC e sem alteração molecular. Previamente recebeu os protocolos: RE-LLA (ao final da indução fase 2 DRM de 38,36%), citarabina e etoposídeo, hipercevad, blinatumimabe – medula pós 59,7% de blastos. Realizado protocolo com topotecano, com DRM ao final de de 3,8%. Recebeu linfodepleção com Fludarabina 120 mg/m² e Ciclofosfamida 1000 mg/m² seguida da 1ª da terapia celular. Após CAR-T controles medulares negativos, porém recidivou 3 meses pós primeira infusão. Repetido topotecano e o paciente foi submetido a segunda infusão de CAR-T. No d+14 foi detectado blastos no SP por CF. Prescrito novo protocolo com vincristina e peg seguidas de três doses de inotuzumabe. Pte adquiriu remissão medular e foi submetido a TMO haploidêntico com a irmã, condicionamento com Cy-TBI. No D+100 nova recidiva com 40,6% de blastos. Segue em cuidados paliativos. Caso 2: 9 anos, LLA-B. Suspeita de sínd de Cowden. Ao diagnóstico cariótipo 47, XY, +X [15]/46, XY [5] e painel FISH com IGH alterada. Refratário ao protocolo GBTLI-21. Iniciado segunda linha de tratamento com Blinatumomabe. Após primeiro ciclo DRM negativa, entretanto sem doadores disponíveis para TMO (filho adotivo). Seguiu com quatro ciclos de blinatumomabe, e no final do quarto ciclo houve progressão com 63% blastos. Resgate realizado com protocolo de topotecano. Ao final, encaminhado para CAR-T, previamente a infusão apresentou o melhor controle de doença – 0,01% de blastos. Recebeu linfodepleção com Fludarabina 120mg/m² e Ciclofosfamida 1000mg/m². Após CAR-T obteve DRM negativa, mas apresentou recidiva 03 meses pós infusão. Repetido protocolo com topotecano, vincristina e dexametasona seguido de segunda infusão de CAR-T. Imunofeno pré segundo CAR-T com 6,8% de blastos. No d+7 pós CAR-T detectado blastos no SP. Proposto novo protocolo com vincristina e peg seguidas de duas doses de inotuzumabe. Após remissão medular, foi submetido a TMO NAP (cordão umbilical). Paciente evoluiu com broncopneumonia e faleceu no D+27 pós TMO, sem sinais de pega medular. Caso 3: 5 anos, diagnóstico de leucemia/linfoma Burkitt (LNH). Diag. 91% de blastos em MO e cariótipo complexo e hipodiploide. Realizou tratamento com o protocolo NHL-BFM 2012. Primeira recidiva medular 4 meses do término do tto. Realizou 2° linha de com o protocolo ALL R3 seguido de TMO haplo com o pai. Após 9 meses do TMO apresentou segunda recidiva, isolada em pele com lesão em couro cabeludo que após tratamento radioterápico local evoluiu com progressão para MO e ossos. Realizado protocolo BFM REZ 2002. Na sequência submetido a CAR-T, na avaliação pré, PET negativo e DRM positiva 3,6%. Realizada linfodepleção com fludarabina e ciclofosfamida. Após a infusão apresentou DRM e PET-CT negativos. Nove meses após o tto, nova avaliação da MO evidenciou recidiva. O paciente foi submetido a um novo protocolo de resgate, apresentou choque séptico e óbito.
ConclusãoRecidivas pós Car-T cell apresentam um prognóstico muito reservado e a triagem desses pacientes com CF é essencial para diagnóstico precoce e definição de conduta.




