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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 2641
Acesso de texto completo
PREVALÊNCIA DO TRAÇO FALCIFORME EM DOADORES DE SANGUE DA REGIÃO DE CAMPINAS
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27
RC Saez, GST Fermino, GF Kurihara, A Ormenese, ML Barjas-Castro, M Addas-Carvalho, ACMA Furlanetto
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A pesquisa de hemoglobinopatias visa identificar possíveis distúrbios genéticos relacionados à hemoglobina, como a anemia falciforme, talassemia e outras condições hereditárias. A presença de hemoglobina S (HbS) em heterozigose é conhecida como traço falciforme. Embora os indivíduos com essa condição raramente apresentem manifestações clínicas significantes, o rastreamento em bancos de sangue é fundamental para garantir a segurança dos doadores e receptores. No Brasil, a triagem de hemoglobinopatias em doadores de sangue passou a ser obrigatória em 2004, através da Resolução de Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária- RDC 153/04, a qual instituiu a obrigatoriedade, porém não definiu o método de realização. Em 2011, o Ministério da Saúde do Brasil, por meio da portaria 1353 de 13 de junho de 2011, implementou a necessidade do resultado da pesquisa de hemoglobina S constar no rótulo dos componentes eritrocitários, além da limitação de uso para condições específicas.

Objetivos

Estimar a prevalência de portadores de hemoglobina S em doadores de sangue da região de Campinas, São Paulo.

Material e métodos

Foram avaliadas amostras de doações de sangue realizadas no Hemocentro da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e unidades externas atendidas por este no período de janeiro de 2023 a julho de 2025. Para o estudo, considerou-se doadores de primeira vez, sendo o teste de Solubilidade o método adotado para a triagem de HbS. As informações foram obtidas utilizando sistema informatizado do próprio Hemocentro.

Resultados

Foram testadas 42.562 amostras de doadores de sangue no período estudado, destas 712 apresentaram positividade na pesquisa de HbS. Desta forma, a prevalência de traço falciforme foi de 1,67% nessa população. Em relação ao perfil do grupo, houve maior frequência de autodeclarados brancos (50,28%), seguidos de autodeclarados pardos (25,56%) e autodeclarados negros (24,02%), entre as faixas etárias de 16 a 24 anos (33,99%) e de 25 a 35 anos (30,75%) e o sexo feminino (58,01%) foram mais prevalentes. Quando analisado o estado civil, 50,84% declararam-se solteiros e 37,5% casados. Entre os mais de 50 municípios abrangidos, Campinas destacou-se pela prevalência na região (31,6%), seguido de Piracicaba (11,38%), Sumaré (7,72%) e Hortolândia (7,58%).

Discussão e conclusão

A pesquisa de hemoglobina S em doadores de sangue não apenas protege o doador e o receptor, mas também contribui para a saúde pública ao identificar potenciais portadores e conscientizá-los sobre o risco genético. A prevalência de portadores de traço falciforme, em banco de sangue, encontrada neste trabalho foi de 1,67% para a região de Campinas. Estudos estimam que a prevalência na população brasileira esteja entre 2,1 a 2,5%, sendo Norte e Nordeste as regiões com maior prevalência (aproximadamente 3%) e a região Sul a de menor índice (1,3%). As variações nas taxas de incidência nas diferentes regiões do Brasil refletem a diversidade genética resultante da miscigenação populacional.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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