Compartilhar
Informação da revista
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 1624
Acesso de texto completo
PREVALÊNCIA DA PRESENÇA DAS HEMOGLOBINAS S E C EM DOADORES DE SANGUE DO VITA HEMOTERAPIA DA BAHIA
Visitas
24
SR Falcao Pimenta de Souza, E da Silva Oliveira, R Coutos Santos, E Batista Menezes, C Leite de Oliveira, L Matos dos Santos, TC Aranha Pinheiro de Souza, E Lima dos Santos, A Reis Soares, AL Pires dos Santos
Vita Hemoterapia da Bahia, Salvador, BA, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

Mais dados
Introdução

O traço falciforme é caracterizado pela presença de hemoglobina S (HbS) em heterozigose. Estima-se que no mundo existam cerca de 30 milhões de portadores do traço falciforme e, devido ao alto grau de miscigenação que transcorre no Brasil a frequência do traço falciforme varia de 2% a 8%, de acordo com a intensidade da população negra em cada localidade. Estudos realizados em diferentes regiões do Brasil têm demonstrado que as hemoglobinas anormais S e C são as mais prevalentes. Estes indivíduos são, em grande maioria, assintomáticos e considerados aptos para doação de sangue.

Objetivos

Determinar a prevalência do traço falciforme “AS” em doadores do banco de sangue Vita Hemoterapia da Bahia, para delineamento e melhor direcionamento do hemocomponente coletado.

Material e métodos

Foi realizado um estudo retrospectivo a partir de outubro de 2024 até julho 2025. 15.401 amostras de doadores aptos foram submetidas a triagem para presença da Hemoglobina S. Todas as amostras foram submetidas a eletroforese de hemoglobina em acetato de celulose utilizando-se tampão Tris-EDTA-Borato pH 8,5. As amostras que apresentaram hemoglobinas anormais em pH alcalino foram submetidas à eletroforese em gel de ágar ácido pH 6,2 para confirmação das hemoglobinas anormais. Das 15.401 doações de sangue analisadas no período 62% foram de homens e 38% mulheres, 10.429 (67,7%) foram doações de 1ª vez, 3.016 (19,6%) foram de doadores que efetuaram mais de uma doação durante o período de estudo e 1.956 (12,7%) foram de doadores de repetição. Dessas doações analisadas, 893 (5,8%) dos doadores apresentaram alguma hemoglobina anormal, sendo 52% do sexo feminino e 48% do sexo masculino, dos quais 582 (65,17%) hemoglobina AS, 307 (34,38%) hemoglobina AC e 4 (0,45%) hemoglobina AD. A prevalência da hemoglobina AS no sexo masculino foi de 63,06% e no sexo feminino 36,94 %, da hemoglobina AC no sexo masculino foi de 19,54% e no sexo feminino 80,46 % e da hemoglobina AD não houve diferença na proporção entre os gêneros. O perfil dos doadores com presença de hemoglobina anormal foi de doadores de primeira doação e com idade entre 30 e 49 anos. Observa-se o predomínio da hemoglobina AS (traço falcêmico) em doadores do sexo masculino e da hemoglobina AC no sexo feminino.

Discussão e conclusão

A identificação da presença da Hemoglobina S é obrigatória pela legislação vigente. Em Salvador, na Bahia, constatou-se que o traço falcêmico foi encontrado com frequência de 7,6% a 15,9% nos afrodescendentes. Dados históricos mostram que houve grande afluxo de escravos provenientes do Oeste e centro da África, trazendo grande heterogeneidade étnica, cultural e social, além de diferenças genéticas entre os próprios indivíduos portadores da doença falciforme. A compreensão da prevalência da hemoglobina S em doadores de sangue é importante para delineamento e melhor direcionamento do hemocomponente coletado. Em relação a utilização dos Concentrados de hemácias dos doadores que apresentaram hemoglobina S positiva, optou-se por utilizar seguindo os critérios estabelecidos na legislação vigente.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas