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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 779
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PRESENÇA DE ALOANTICORPOS CONTRA ANTÍGENO DE ALTA FREQUÊNCIA EM PACIENTE VÍTIMA DE TRAUMA – RELATO DE CASO
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AF Pedrão, GPS Mota, DDS Leme, CEDS Marçal, FDO Morais, RGC Goiato, L Rissi, ABGF de Matos, LB Zerlotti, LGR Dadamos, CE Katayama, MIG da Silva, HL Neto, A Gaidukas
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), São José do Rio Preto, SP, Brasil
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

Aloanticorpos contra antígenos de alta frequência são produzidos por indivíduos que não expressam determinados antígenos presentes na maioria da população. Essa resposta imune pode ocorrer após exposição por transfusão, gestação ou transplante. Quando esses anticorpos estão presentes, torna-se extremamente difícil encontrar hemocomponentes compatíveis, dada a prevalência desses antígenos na população geral, aumentando significativamente o risco de reações transfusionais graves. O sistema de grupo sanguíneo Diego (DI) é composto por 22 antígenos, sendo três de alta prevalência (Dib, Wrb e DISK) e 19 de baixa prevalência. Os antígenos DI são expressos na proteína de membrana band 3 (AE1), codificada pelo gene SLC4A1, localizado no cromossomo 17. Além da importância transfusional, esse sistema possui relevância clínica na doença hemolítica perinatal, na genética populacional e em distúrbios hereditários relacionados a alterações estruturais da membrana eritrocitária.

Descrição do caso

Paciente masculino, 20 anos, previamente hígido, admitido após ferimento por arma de fogo em membro inferior direito, com fratura de fêmur associada a lesão arterial. Foi indicada cirurgia vascular (anastomose término-terminal) e posterior reconstrução ortopédica. Durante a avaliação pré-operatória, foi identificada anemia com hemoglobina variando de 6,0 a 9,5 g/dL. A investigação imuno-hematológica revelou Coombs direto positivo e presença de anticorpos irregulares com reatividade positiva em todo painel eritrocitário, o que sugeriu aloanticorpo contra antígeno de alta frequência. Dada a dificuldade de compatibilidade transfusional, a amostra foi encaminhada para laboratório de referência, onde foi identificada a presença de anti-Dib. Considerando a estabilidade clínica do paciente e a urgência cirúrgica, optou-se por estratégias não transfusionais visando incremento eritrocitário: administração de ferro intravenoso, ácido fólico e eritropoetina. A transfusão foi desaconselhada devido ao risco elevado de reação hemolítica grave diante da presença do anti-Dib e à indisponibilidade imediata de unidades compatíveis. Após as medidas instituídas ocorreu o aumento gradual da hemoglobina e estabilidade hematimétrica, sendo possível a realização do procedimento cirúrgico.

Conclusão

Este caso ilustra o desafio clínico e transfusional imposto pelos aloanticorpos contra antígenos de alta frequência, especialmente em cenários de emergência, como traumas com necessidade de cirurgia. A identificação precoce e correta desses anticorpos é fundamental para o manejo seguro do paciente, evitando exposições desnecessárias e otimizando estratégias alternativas à transfusão. Nessas situações, terapias adjuvantes, como ferro intravenoso, eritropoetina e ácido fólico, devem ser priorizadas sempre que possível para minimizar riscos.

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Referências:

  • 1.

    Figueroa D. The Diego blood group system: a review. Immunohematology. 2013;29(2):73-81.

  • 2.

    Thornton N. Antibodies to High-Frequency Antigens. In: 23rd Regional Congress of the ISBT – Academy Day, Amsterdam, 2013. Bristol: IBGRL, 2013.

  • 3.

    Khurshid A, et al. Red cell antibodies against high frequency antigens: a two-year experience at a regional transfusion institute. Pak Armed Forces Med J. 2022;72(1):71-74. https://doi.org/10.51253/pafmj.v72i1.3097.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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