HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO fenótipo C e E, no contexto do sistema Rh, refere-se à presença ou ausência dos antígenos C e E nas hemácias (glóbulos vermelhos) de um indivíduo. A identificação desses fenótipos é crucial para garantir transfusões sanguíneas seguras, especialmente em pacientes com necessidades transfusionais frequentes.
ObjetivosEstudo retrospectivo para determinar o perfil de doadores Rh(D) Negativo com presença de C positivo e E positivo no período de junho de 2023 a junho de 2025.
Material e métodosForam avaliadas as frequências do grupo sanguíneo C positivo e E positivo, em doadores de sangue RH(D) negativos, imunofenotipados pelo Laboratório de Referência de São Paulo e Laboratório LIAC – Central Sorológica. Os doadores foram considerados aptos, após triagem clínica e hematológica, de acordo com os requisitos estabelecidos pela legislação atual e a imunofenotipagem eritrocitária é realizada pelos laboratórios, acima citados, de rotina para os antígenos dos grupos sanguíneos ABO, Rh (D, C, c, E, e) e Kell (K,). Neste trabalho foram analisados somente os antígenos do grupo sanguíneo C positivo e E positivo de doadores Rh(D) Negativos. Os testes são executados pela metodologia da microplaca e os dados são liberados pelo equipamento Immucor Fresenius Kabi (NEO). Caso ocorra resultado inconclusivo, o equipamento invalida o teste, sendo realizada a imunofenotipagem por outras metodologias como a aglutinação em coluna gel teste (cartão) ou em tubo. Após a liberação dos testes os resultados são enviados e armazenados em um sistema informatizado de banco de dados utilizado pelo Banco de Sangue (Grupo GSH).
ResultadosNo período analisado, houve 86.991 doações no Banco de Sangue São Paulo, sendo realizada fenotipagem para os antígenos C, E em 100% das unidades coletadas com tipagem Rh(D) Negativo, tendo sido encontrado a presença dos antígenos C e/ou E em 500 doações, correspondendo a 0,57% das coletas. Avaliando a prevalência da presença dos antígenos C e/ou E em relação ao gênero, foi obtido o resultado de 243 amostras (48,6%) positivas para a pesquisa dos antígenos C e/ou E para pessoas do sexo feminino e 257 amostras (51,4%) para doadores do sexo masculino. Em relação à presença dos antígenos C e/ou E quanto a tipagem ABO, foram encontradas 271 amostras (54,2%) para doações com a tipagem O, 153 para doações (30,6%) com a tipagem A, 55 para doações (11%) com a tipagem B e 21 amostras (4,2%) para a tipagem AB. Ao analisar a prevalência de positividade dos antígenos C e/ou E, foram obtidos os seguintes
resultados373 amostras (74,6%) tinham C positivo, 104 doações (20,8%) continham E positivo e 23 amostras (4,6%) possuíam antígenos C positivo e E positivo.
Discussão e conclusãoA presença dos antígenos C e/ou E em doações Rh(D) Negativo possui importância transfusional, e pode causar reação hemolítica tardia e doença hemolítica perinatal. Sua identificação prévia se faz necessária nos doadores de sangue, evitando a transfusão e sensibilização em pacientes Rh(D) Negativos com ausência dos antígenos C e/ou E. De acordo com a legislação atual a imunofenotipagem para Rh (C, c, E, e) não é obrigatória, mas é indicado que os serviços de Hemoterapia tornem prioritário em pacientes em transfusão crônica (politransfundidos), em bebês e crianças do sexo feminino e mulheres em idade fértil, prevenindo a aloimunização, aperfeiçoando e agregando segurança a prática da medicina transfusional no Brasil.




