HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO Patient Blood Management (PBM) é uma abordagem baseada em evidências que visa otimizar o manejo do sangue do paciente, reduzindo a necessidade de transfusões alogênicas e seus riscos associados. Sua aplicação envolve estratégias de diversas abordagens, que incluem otimização pré-operatória da hemoglobina, uso racional de hemoderivados e técnicas para minimizar a perda sanguínea. Em diferentes contextos hospitalares, a implementação do PBM tem se mostrado relevante para a segurança do paciente, a redução de custos e a melhoria dos indicadores clínicos. Diante da crescente demanda por práticas seguras e sustentáveis na hemoterapia, compreender os desfechos clínicos relacionados ao PBM é essencial para subsidiar a tomada de decisão em saúde.
ObjetivosAnalisar as estratégias e os desfechos clínicos associados à implementação do PBM em diferentes contextos hospitalares.
Material e métodosTrata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura, realizada utilizando os descritores do DeCS/MeSH: “Transfusão de sangue”, “Hemorragia”, “Hemoderivados” e a palavra- chave “Manejo intraoperatório”, combinados com operadores booleanos AND e OR. As buscas foram conduzidas nas bases da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scielo e PubMed. Critérios de inclusão: artigos originais, publicados entre 2014 e 2024, em português, inglês ou espanhol, com acesso gratuito ao texto completo. Critérios de Exclusão: artigos duplicados, estudos de caso e publicações não relacionadas diretamente ao PBM.
Discussão e conclusãoForam encontrados 75 artigos e após triagem, foram selecionados 10 artigos. Os estudos evidenciaram que protocolos de PBM, aplicados em cirurgias cardíacas, ortopédicas, obstétricas, trauma pediátrico e transplantes de alta complexidade, resultaram em expressiva redução no uso de transfusões alogênicas. Entre as intervenções mais frequentes destacaram-se: uso de ácido tranexâmico, reposição pré-operatória de ferro, técnicas cirúrgicas minimamente invasivas e rigoroso controle de sangramento intraoperatório. Tais medidas contribuíram para menor tempo de internação, redução da incidência de complicações infecciosas e melhor desempenho em indicadores de segurança transfusional. A padronização de condutas e o uso de ferramentas tecnológicas de apoio à decisão clínica emergiram como facilitadores importantes para a efetividade das práticas. A implementação do PBM demonstra impacto positivo tanto na segurança do paciente quanto na gestão de recursos hemoterápicos. A redução da exposição a transfusões minimiza riscos como reações transfusionais e imunomodulação, além de aliviar a pressão sobre os estoques de sangue. Contudo, a literatura aponta desafios, como a necessidade de capacitação continuada das equipes e de integração multiprofissional para garantir adesão aos protocolos. Diferenças estruturais e de recursos entre hospitais podem influenciar a aplicabilidade plena das estratégias propostas. Ainda assim, a convergência dos resultados analisados reforça o papel do PBM como política de saúde eficaz e alinhada às diretrizes internacionais.
ConclusãoO PBM configura-se como estratégia efetiva na redução da dependência transfusional e na promoção de melhores desfechos clínicos. Sua implementação requer protocolos baseados em evidências, padronização das condutas e constante treinamento das equipes multiprofissionais. Em contextos hospitalares diversos, o PBM mostra potencial para otimizar o cuidado, racionalizar recursos e elevar a qualidade da assistência.




