HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosConforme as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde, que estabelece a Política Nacional de Cuidados Paliativos, os cuidados paliativos compreendem as ações e serviços destinados a pessoas com doenças que ameaçam ou limitam a vida, ou seja, repercutem em óbito ou em empecilhos a uma qualidade de vida condizente com o parâmetros fisiológicos sociais, culturais etc. Devendo, pois, iniciar em momento concomitante ao tratamento da doença. Anemias congênitas severas, ou seja, com hemoglobina inferior a 7g/dL, tais como beta-talassemia major e anemia falciforme, por exemplo, têm por tratamento, muitas vezes a necessidade de transfusão sanguínea, o que impacta sua qualidade de vida no que diz respeito a maiores limitações de vida, especialmente na fase pediátrica, quando a peculiaridade sociocultural implica uma atenção ao processo de desenvolvimento neuropsicomotor das crianças.
ObjetivosAvaliar a necessidade da adoção de cuidados paliativos para crianças com anemias congênitas em tratamento transfusional no Brasil.
Material e métodosNeste estudo, optou-se por uma pesquisa documental, baseada nas diretrizes adotadas pelos órgãos de saúde pública brasileiros para início de cuidados paliativos. A partir de uma revisão da literatura nas bases de dados PubMed/MedLine, SciELO e Periódicos CAPES, selecionou-se estudos de relato de caso, publicados no ano de 2024, de crianças brasileiras com anemias congênitas severas em tratamento transfusional e averiguou-se se, nesses casos, haveria as premissas para adoção de cuidados paliativos.
Discussão e conclusãoOs relatos de caso observados mostraram que as crianças em terapia transfusional para tratamento de anemias congênitas severas possuem diversas limitações em decorrência direta da doença de base; ou seja, em razão da baixa dosagem de hemoglobina, limitam-se a prática desportiva, a socialização e o aprendizado. Além disso, percebeu-se que a terapêutica transfusional, repetida diversas vezes em todos os casos vistos, tinha potencial de causar danos psicológicos e emocionais aos pacientes. Dados os contextos, cabe observar que a adoção de cuidados paliativos nos casos de pacientes pediátricos com anemias congênitas severas em tratamento transfusional tem potencial de fazer uma abordagem multidisciplinar para a atenção aos pacientes. Cabe destacar, entrementes, que embora hajam diretrizes para adoção de cuidados paliativos, não encontra-se estabelecido algum protocolo de cuidados paliativos para crianças com doenças hematológicas crônicas com necessidade de transfusão recorrente, o qual possa orientar hematologistas e equipe multiprofissional para atendimento. Conclui-se, portanto, que os cuidados paliativos são importantes ao tratamento de crianças com anemias congênitas severas, devendo, como orientado, iniciar junto ao diagnóstico hematológico e adoção das demais abordagens terapêuticas. Ademais, nota-se a importância de protocolos de cuidados paliativos para crianças em tratamento crônico para anemias graves com necessidade de hemoterapia.




