O linfoma de Burkitt (LB) é um linfoma não Hodgkin agressivo de células B, que atinge adultos e crianças. O prognóstico em crianças é bom e envolve um tratamento intensivo de quimioterápicos, com altas doses de metotrexato (MTX). O MTX é um quimioterápico altamente tóxico para o organismo e está altamente relacionado ao aparecimento de mucosite oral (MO). Como consequência da MO, o paciente pode apresentar dor, disfagia, incapacidade funcional ocasionando necessidade de suporte de nutrição parenteral, levando à necessidade de internação hospitalar, aumentando o custo do tratamento e o risco de mortalidade. O presente estudo busca descrever e discutir a ocorrência de MO em 5 pacientes pediátricos diagnosticados com LB submetidos à altas doses de MTX.

Paciente 1, sexo masculino, 12 anos, evoluiu para uma MO grau 4, de acordo com a escala da OMS (Organização Mundial da Saúde), em unidade de terapia intensiva (UTI), com dor máxima relatada através da escala verbal analógica 10/10. Paciente 2, sexo feminino, 13 anos, evoluiu para uma MO com grau 4, com dor máxima relatada através da escala verbal analógica 9/10. Paciente 3, sexo masculino, 13 anos, evoluiu para uma MO grau 4, com dor máxima relatada através da escala verbal analógica 10/10. Paciente 4, sexo feminino, 8 anos, evoluiu para uma MO grau 4, com dor máxima relatada através da escala verbal numérica 5/10. Paciente 5, sexo masculino, 17 anos, evoluiu para uma MO grau 4 com dor máxima relatada através da escala verbal analógica 8/10. Todos os pacientes foram submetidos a fotobiomodulação com laser de baixa potência com finalidade profilática com 1J por ponto (densidade de energia = 33,3/cm2) e terapêutica com 2J por ponto (densidade de energia = 66,6/cm2) até completa resolução da MO.

Os dados apresentados destacam a elevada incidência e gravidade da MO em pacientes com LB, levando a com relatos de dor intensa e comprometimento funcional severo, cenário que evidencia o impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes, reforçando a necessidade de integrar o cirurgião-dentista no tratamento do LB, com finalidade de medidas preventivas e detecção precoce, contribuindo significativamente em um melhor prognóstico para o paciente.