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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 1576
Acesso de texto completo
MENSTRUAÇÃO ABUNDANTE EM ADOLESCENTES, QUANDO E COMO INVESTIGAR PARA DOENÇA DE VON WILLEBRAND
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VCM Sousa, GLS Cordeiro, ADS Jesus, FF Nobrega, ECP Sousa, JSC Silva, LF Alves, LLR Matos, LKA Rocha
Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A prevalência de distúrbios hemorrágicos em adolescentes com menorragia gira em torno de 39%. Na atenção primária, os Bleeding Assessment Tools (BATs) validados têm sido úteis para triagem inicial dos pacientes. No contexto de clínicas especializadas ou na investigação de famílias com histórico positivo, os BATs não devem ser aplicados de forma isolada como único critério de decisão clínica.

Objetivos

Este estudo visa clarear as indicações e estratégias mais adequadas para o rastreio de adolescentes com menorragia.

Material e métodos

Realizou-se revisão de literatura na base de dados PubMED a partir de 2020, utilizando os descritores: “Von Willebrand Diseases AND Menorrhagia.” A busca retornou 53 artigos; relatos e séries de caso foram excluídos, restando 7 artigos que abordavam diretamente os critérios e métodos para rastreio da Doença de von Willebrand (DvW) em adolescentes com menorragia, incluindo estudos observacionais, transversais e revisões sistemáticas.

Resultados

Adolescentes com menorragia encaminhadas a centros terciários têm representado uma oportunidade subaproveitada para diagnóstico precoce da DvW. Entre os preditores de risco estão: idade precoce no primeiro sangramento, etnia hispânica, ausência de atendimento emergencial, escore ISTH (Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia) BAT ≥4 e menor pontuação no subdomínio de sono da escala PedsQL™. O padrão menstrual, deficiência de ferro e fadiga não demonstraram ser preditores confiáveis. Os testes de triagem devem incluir: contagem plaquetária, TP, TTPa, fibrinogênio, dosagens do antígeno e da atividade do Fator de Von Willebrand (VWF). A quantificação da atividade do VWF < 30 UI/dL sugere fortemente DvW. Entre 30–50 UI/dL, o histórico clínico positivo é primordial para confirmação. A razão entre atividade e o antígeno do VWF ajuda a distinguir defeitos quantitativos de qualitativos. Durante o sangramento agudo, por exemplo, os níveis de VWF:Ag, VWF:RCo e FVIII tendem a se elevar. Apesar disso, o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas tem recomendado realizar os testes mesmo nessas condições. No entanto, vale ressaltar que valores de VWF:Ag e VWF:RCo acima de 100 têm alto valor preditivo negativo.

Discussão e Conclusão

Adolescentes com menorragia têm sido historicamente sub- investigadas, mesmo diante de complicações clínicas significativas, o que pode comprometer sua qualidade de vida e gerar sobrecarga ao SUS. Postergar a avaliação pode resultar em perda de seguimento e atraso no diagnóstico, principalmente nos casos que requerem investigação durante episódios ativos de sangramento. Portanto, há necessidade de maior divulgação para o reconhecimento da doença e para a aplicação prática da investigação diagnóstica precoce e direcionada.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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