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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 785
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LIPOPERÓXIDOS COMO MARCADORES PROGNÓSTICOS EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM LEUCEMIA LINFOCÍTICA AGUDA B SUBMETIDOS A QUIMIOTERAPIA DE INDUÇÃO
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B Yukie Koizumi, R Gomes Paz, L Mori de Souza, L Donato Rezende, E Cesar Oyama, R Melo dos Santos, R Nogueira Vincensi, AL Santos Romagnoli Pires, C Panis, D Rech
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Francisco Beltrão, PR, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) é a neoplasia mais comum na infância, com um terço das neoplasias malignas nessa faixa.[1] A variante Leucemia Linfoblástica Aguda tipo B (LLA-B), responsável por 85% dos casos, ainda tem fisiopatologia pouco compreendida.[2]. O estresse oxidativo estimula a proliferação celular e favorece a evasão da morte induzida por quimioterapia.[3] A lipoperoxidação, causada por radicais livres, é uma importante via de estresse oxidativo e pode contribuir para o câncer, embora seu papel na LLA ainda não esteja claro.

Objetivos

Analisar níveis de lipoperóxidos em pacientes pediátricos com LLA-B em quimioterapia de indução e sua relação com parâmetros clínicos.

Material e métodos

Estudo aprovado pelo Comitê de Ética (24498213.0.0000.5231) incluiu 317 amostras de sangue periférico de 40 pacientes portadores de LLA-B, 0 a 20 anos, de ambos os sexos, tratados em um hospital público de câncer pediátrico no norte do Paraná. Utilizou-se tert- butil hidroperóxido para induzir peroxidação em plasma, quantificada por quimioluminescência em luminômetro. Análises no GraphPad Prism 9.0. Testes de Mann-Whitney e t de Student, p ≤ 0,05. Curva ROC avaliou o potencial discriminatório dos lipoperóxidos.

Resultados

Pacientes < 10 anos apresentaram maiores níveis de lipoperóxidos (mediana 1,51 × 10⁶ RLU) que ≥ 10 anos (mediana 8,63 × 105, p = 0,056). Valores altos foram observados em casos com recidiva (p = 0,0528), óbito (p = 0,0554), internação (p = 0,0316) e plaquetas > 50.000 mm3 (p = 0,0405). A curva ROC demonstrou boa discriminação para pacientes em tratamento (p = 0,0168), com sensibilidade de 92,31% e especificidade de 71,43%.

Discussão e conclusão

Este estudo demonstrou que os níveis de peroxidação lipídica variam conforme fatores prognósticos, distinguindo pacientes em quimioterapia daqueles sem tratamento. Esse achado inédito amplia o conhecimento sobre o papel do estresse oxidativo na LLA-B. Assim, pacientes pediátricos < 10 anos apresentaram maior estresse oxidativo, devido ao estado hipermetabólico da doença e a produção aumentada de Espécies Reativas de Oxigênio (EROs),[5,6] que promovem progressão tumoral e reduzem defesas antioxidantes.[7] A quimioterapia, por sua vez, aumenta a geração EROs via mitocondrial, causando danos a biomoléculas, toxicidade sistêmica e redução da eficácia terapêutica,[8-10] o que pode explicar o aumento de lipoperóxidos observado. Pacientes em alta hospitalar apresentaram menor peroxidação, indicando melhora metabólica e resposta favorável ao tratamento.[6] Indivíduos com plaquetas ≥ 50.000 mm3, apesar de favorável, apresentam níveis elevados de lipoperoxidação que podem afetar a coagulação e o desfecho. A partir da análise da ROC, com a sensibilidade (92,31%), a especificidade (71,43%) e a razão de verossimilhança positiva de 3,231, foi capaz de discriminar pacientes em terapia daqueles sem tratamento. Assim, os lipoperóxidos representam possíveis biomarcadores do monitoramento terapêutico e prognóstico da LLA B pediátrica.

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Referências:

  • 1.

    Instituto Nacional do Câncer.

  • 2.

    Lejman M et al. Int J Mol Sci. 2022;23(5):2755.

  • 3.

    Clemente SM et al. Moléculas. 2020;25:5144.

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    Zhou L et al. Leukemia. 2021;35(3):865-76.

  • 5.

    Kien CL, Camitta BM. J Parenter Enteral Nutr. 1987;11:129-34.

  • 6.

    Chaudhary P et al. Cureus. 2023;15:e35968.

  • 7.

    Udensi UK, Tchounwou PB. J Exp Clin Cancer Res. 2014;106:3594-3601.

  • 8.

    Minotti G et al. Pharmacol Rev. 2004;56:185–229.

  • 9.

    Carvalho C et al. Curr Med Chem. 2009;16:3267-85.

  • 10.

    Wang T et al. Cell Stress Chaperones. 2024;29:349-57.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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