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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1050 (Outubro 2024)
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INFORMAÇÃO CLÍNICA E CARÊNCIA DE HEMATOLOGISTAS: DESAFIOS PARA REGULAÇÃO MÉDICA EM HEMATOLOGIA
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GS Cruza,b, TS Carvalhob, AFT Goesb, DM Schimieguela
a Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão, SE, Brasil
b Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju, Aracaju, SE, Brasil
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Objetivos

O sistema público de saúde no Brasil enfrenta desafios significativos na atenção médica especializada, um dos quais é o número de especialistas para atendimento. Com os hematologistas não é distinto, o que leva a necessidade de instituições e gestores buscarem formas de atenderem a demanda pela especialidade de forma a priorizar o atendimento com equidade. Aracaju é a capital do Estado de Sergipe e referência médica para diversos profissionais tanto em nível público como privado. No campo da Hematologia é a cidade recebe solicitações ambulatoriais de todo o estado e ainda cidades de Alagoas e Bahia sendo a gestão realizada pela Secretaria Municipal de Aracaju que é responsável pela recepção, regulação e agendamento das consultas médicas. Neste contexto foi proposto estudo para avaliar o processo regulatório das solicitações e agendamentos de consultas com hematologista nesta cidade que é referência para todo o estado.

Métodos

Foram buscados pelo sistema de regulação da secretaria de saúde do município o total de consultas solicitadas para especialidade no período compreendido entre 01/06/2022 e 30/06/2024, totalizando cerca de 2 anos de avaliação. Foram buscados a origem da solicitação (capital × interior), idade, motivação do encaminhamento. Para descrição de resultados foram realizadas a análise por meio de estatística descritiva, para comparação de variáveis teste, para comparação de médias o teste t de Student ou Mann-Whitney, para os dados não paramêtricos.

Resultados

Houve no período 5.012 solicitações de consultas agendadas do total de 14.313 inseridas ao sistema regulatório. A idade mediana dos usuários dos encaminhamentos foi 49 anos, sendo os do interior mais jovens que os da capital (46 × 52 anos, p < 0,001). O tempo mediano de atendimento da demanda foi de 38 dias, com a duração de espera mínima e máxima de 0 dia e 365 dias, respectivamente. Quanto as priorizações os percentuais de Prioridade 1, Prioridade 2 e Prioridade 3 foram 12,0%, 63,0% e 25,0%, respectivamente. Não houve diferença entre as priorizações comparando-se usuários da capital e do interior. Quanto às motivações clínicas foram as principais as de CID D64.9 (9,9%), D69.6 (6,6%), D75 (6,0%), Z00 (3,5%) e D75.9 (3,4%).

Conclusão

Em 2022 havia 3271 especialistas em Hematologia e Hemoterapia registrados no Brasil, que corresponde a 0,7% do total de especialistas. Assim como em outras especialidades médicas, a distribuição desses especialistas não é uniforme no país como um todo, sendo muito mais comum em grandes centros do Brasil. Em Sergipe há o total de 13 hematologistas, o que, notadamente, demonstra limitada quantidade desses profissionais, inclusive para atendimento pelo SUS. Isso reforça a necessidade de gestão otimizada dos recursos humanos, incluindo as consultas médicas especializadas, pois a demanda é superior a quantidade de oferta do serviço como mostra nosso estudo. Maior parte dos pacientes tiveram prioridade intermediária, porém há quantidade demasiada de encaminhamentos com hipótese diagnóstica inespecíficas o que pode ocasionar dificuldades na priorização e, consequentemente, atrasos em agendamentos ou mesmo cancelamentos da solicitação por não obediência dos critérios mínimos. A tecnologia pode ser aliada no processo regulatório motivando estudos para novas ferramentas e inovação.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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