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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 1674
Acesso de texto completo
IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DOS INDICADORES DE RESERVA CIRÚRGICA NA GESTÃO DE ESTOQUE DE HEMOCOMPONENTES
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KT Pires, NM Santos, VF de Aguiar, BG Carvalho, LT Figueiredo
Grupo Gestor de Hemoterapia ‒ Grupo GSH, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A gestão eficiente de hemocomponentes é essencial para segurança transfusional e uso racional de recursos. Este estudo avalia indicadores de conformidade e utilização em reservas cirúrgicas, visando adequar protocolos ao perfil cirúrgico e à demanda real.

Objetivos

Analisar os indicadores de conformidade das reservas cirúrgicas solicitadas e o percentual de utilização de hemocomponentes em cirurgias, com o objetivo de subsidiar a adequação de protocolos transfusionais alinhados ao perfil cirúrgico e ao consumo real de hemocomponentes.

Material e métodos

Foi analisado o panorama das cirurgias realizadas em dois hospitais particulares da cidade do Rio de Janeiro, considerando a conformidade com o protocolo de reservas cirúrgicas e seu impacto na gestão do estoque de hemocomponentes. Foram avaliados o perfil dos procedimentos (eletivos ou de emergência, e sua complexidade) e as bolsas de hemocomponentes movimentadas, utilizando indicadores de desempenho. Os dados considerados abrangem o período de janeiro a dezembro de 2024.

Resultados

Hospital 1 – Com 162 leitos e 9 salas cirúrgicas de alta complexidade, realizou uma média de 581 cirurgias/mês (total de 6.982 cirurgias em 2024), sendo 11% com reserva de hemocomponentes. Do total de procedimentos, 72% foram eletivos (5.027) e 28% de emergência (1.955). A média mensal de hemocomponentes movimentados foi de 136 unidades (1.632 no ano), com taxa de utilização de 12% (196 unidades). A meta de 600 cirurgias/mês foi atingida em seis meses (janeiro, maio, junho, julho, agosto e outubro). Foi observada conformidade com o protocolo de reserva em 64,9% das solicitações. Hospital 2 – Com 189 leitos e 11 salas cirúrgicas de alta complexidade, realizou média de 853 cirurgias/mês (total de 10.245), sendo 13% com reserva cirúrgica. Do total, 75% foram eletivas (7.684) e 25% de emergência (2.561). A média mensal de hemocomponentes movimentados foi de 230 unidades (2.760 no ano), com taxa de utilização de 14% (386 unidades). A meta de 800 cirurgias/mês foi alcançada em sete meses (janeiro, março, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro). A conformidade com o protocolo de reserva foi de 49%.

Discussão

Ambos os hospitais atendem cirurgias de alta complexidade, com múltiplas especialidades e potencial elevado de sangramento. Aproximadamente 70% dos pacientes submetidos a cirurgias tinham mais de 65 anos, e 60% apresentavam comorbidades, destacando-se doenças cardíacas e diabetes mellitus tipo 2. O percentual de conformidade com os protocolos indica conhecimento satisfatório das diretrizes. Contudo, nas solicitações fora do protocolo, observou-se tendência de superdimensionamento da reserva, possivelmente motivada pela presença de comorbidades que aumentariam a percepção de risco transfusional. Apesar disso, a taxa de utilização efetiva dos hemocomponentes (12% e 14%, respectivamente) foi baixa, indicando que o estoque disponível, mesmo com margem de segurança, excedeu o necessário para atender à demanda real.

Conclusão

O monitoramento contínuo do perfil cirúrgico, da epidemiologia dos pacientes e do consumo real de hemocomponentes é essencial para a formulação de protocolos de reserva cirúrgica mais eficientes. Protocolos otimizados garantem a segurança transfusional necessária para procedimentos agendados e emergenciais, ao mesmo tempo em que promovem o uso racional dos recursos hemoterápicos, contribuindo para uma gestão mais eficaz do estoque e para estratégias assertivas de captação de doadores.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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