As transfusões de plaquetas (PLT) apresentam maiores riscos de infecção do que qualquer outro produto sanguíneo, são recursos limitados e estão sujeitas a escassez de estoque. As PLTs são testadas usando diferentes métodos, exigindo que os hemocentros garantam flexibilidade suficiente para permitir planos econômicos para um inventário robusto. Embora não possamos ter PLT de 7 dias no Brasil devido à legislação, como somos membros da AABB, avaliamos um método usando cultura bacteriana secundária (CBS) para combater o risco residual de contaminação bacteriana. Nosso objetivo é descrever como a implementação da CBS para atender o boletim AABB nº21-02 impactou nossa rotina após um ano. A implementação da CBS começou em maio de 2022. PLTs aférese foram coletadas e a amostragem foi realizada 24 horas após a coleta. A cultura bacteriana primária foi realizada da seguinte forma: amostras de PLTs foram retiradas assepticamente usando kit de amostra (dispositivo de conexão estéril - TSCD- Terumo e agulha de fístula) e inoculados 8mL em cada frasco aeróbico BD BACTEC Plus Aerobic/F e BD BACTEC Plus Anaerobic/F. No terceiro dia após a coleta, as PLTs que não foram transfundidas foram inoculadas novamente 8mL em frasco aeróbico BD BACTEC Plus Aerobic/F. Os frascos inoculados foram carregados nos módulos incubadores BD BACTEC FX TOP e incubados a 35 ±1 ºC por 5 dias. Para realizar a CBS, precisamos aumentar o inventário de PLT, desenvolver novas estratégias para recrutar doadores, revisar e criar documentos como políticas de exclusão para casos em que as PLTs precisam ser utilizadas antes da cultura final. Os custos da CBS foram calculados com base no preço de compra de consumíveis (aquisição de novos BD BACTEC FX TOP com mais unidades, kits de amostra e frascos de hemocultura) apresentando um acréscimo financeiro de R$ 20.000,00 por ano. Comparando o período de maio de 2021 a abril de 2022 com o período pós CBS de maio de 2022 a abril de 2023 obtivemos 0 resultados positivos para ambos os períodos. No primeiro período produzimos 4204 PLTs, foram realizadas cultura bacteriana em 100% das PLTs com resultado 0 positivo. No segundo período produzimos 2752 PLTs, foram realizadas cultura bacteriana em 100% das PLTs e mesmo com a CBS, o resultado permaneceu 0 positivo. Para analisar esses resultados, devemos considerar que a legislação brasileira não permite 7 dias para PLTs apenas 5. Nossos resultados mostraram que quando o protocolo para controle bacteriano é seguro, nos faz questionar se é necessária a utilização da CBS. O boletim da associação nº21-02 é um guia com postos-chave a serem considerados pelos membros da AABB. Sendo membro da AABB, prontamente escolhemos a CBS como estratégia de controle de risco bacteriano, pois não usamos a redução de patógenos e não há uma abordagem universalmente aceita para mitigar o risco residual de PLTs contaminados por bactérias. A CBS em nosso serviço apesar de ser uma barreira extra não impactou em casos de positividade de cultura no período analisado, por outro lado, aumentou os custos do procedimento.
O fator de impacto mede o número médio de citações recebidas em um ano por trabalhos publicados na revista durante os dois anos anteriores.
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