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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 3432
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IMPACTO DO ESTADIAMENTO ISS E DAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS NA SOBREVIDA DO MIELOMA MÚLTIPLO: EVIDÊNCIAS REAIS DE UM CENTRO PÚBLICO
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C Gomes Luciano Bastosa, L Freire Rodriguesa, M Magalhães Rochaa, O de Almeida Lyra Netob, I Moreira Carneiroc, M Cerqueira Queiroza, L Gustavo Dourado Douradoa, E Cunha Piresd, R de Barros Silvaa, EM Macedo Costad
a Centro Universitário de Excelência (UNEX), Feira de Santana, BA, Brasil
b Faculdade UNIDOMPEDRO, Salvador, BA, Brasil
c Centro Universitário Alfredo Nasser (UNIFAN), Feira de Santana, BA, Brasil
d Unidade de Alta Complexidade e Atendimento em Oncologia (UNACON), Feira de Santana, BA, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

Mieloma Múltiplo (MM) é uma neoplasia hematológica caracterizada pela proliferação de clone de plasmócitos que encontram microambiente favorável na medula óssea com síntese de proteína monoclonal e danos a órgãos-alvo. O estadiamento é feito por meio do International Staging System (ISS), que tem relação indireta com a sobrevida.

Objetivos

Estudar a correlação do estadiamento do MM de acordo com ISS e características clínicas ao diagnóstico com sobrevida global e sobrevida livre de progressão em um centro de referência em Feira de Santana-BA (UNACON).

Material e métodos

Estudo de coorte retrospectiva, por análise de 80 prontuários, selecionados ao acaso em um total de 247, no período de 2018 a 2025, da UNACON. Dados coletados foram: sexo, cidade de origem, idade, estadiamento ISS e grau de doença baseado nas características da doença ao diagnóstico (lesão óssea, anemia e disfunção renal) que foram caracterizados como doença leve, moderada e grave na presença de uma, duas ou três alterações. Os cálculos estatísticos foram realizados pelo software SPSS (versão 8) considerando o valor de significância (p < 0,05). A relação entre ISS e sobrevida foi avaliada por meio de ANOVA e coeficiente de correlação de Pearson.

Resultados

Dos 80 pacientes, 59% eram do sexo masculino e 41% do sexo feminino, com idade média ao diagnóstico de 64,5 anos para homens e 66,6 anos para mulheres. A cidade com maior número de casos foi Feira de Santana, com 53%, seguido de 5% de Amélia Rodrigues. Quanto ao estadiamento ISS 51% dos pacientes tinham esse dado no prontuário, 9% eram ISS 1, 14% ISS 2 e 29% ISS 3; em 49% dos casos, essa informação não fora disponibilizada em prontuário mostrando a dificuldade de acesso aos exames ao diagnóstico especialmente tratando-se de um serviço público. A análise de Pearson demonstrou uma correlação forte e negativa entre ISS e tempo de sobrevida (r=-0.75), indicando uma proporcionalidade inversa. Além disso, a análise de Pearson entre ISS e sobrevida livre de progressão (SLP) apresentou correlação moderada e negativa (r = -0,48), o que demonstra que quanto maior o ISS, menor a SLP. Em relação ao grau de doença e sobrevida, a análise por ANOVA mostrou diferença significativa quando comparados o grupo com grau de doença 1 e o grupo com grau 3 (p = 0,04), demonstrando que quanto maior o grau de doença pior é a evolução clínica.

Discussão e conclusão

Os dados deste estudo reforçam o ISS como importante preditor prognóstico no MM, evidenciado pela correlação com tempo de sobrevida e SLP. Estágios mais avançados associam-se a piores desfechos, em concordância com os achados de Palumbo et al. (2015). A idade observada nesta pesquisa seguiu o padrão encontrado na literatura, de 65 a 70 anos, com predomínio masculino (55-60%) (Kyle & Rajkumar, 2008; Fonseca et al. 2004). A diferença significativa entre pacientes com doença em grau 1 e 3 (p = 0,04) foram destacados também no estudode D’Agostinho et al. 2022. A ausência de registro em 49% dos prontuários é uma limitação para este estudo, mas a análise em grupos de risco está em concordância com o que temos na literatura e no cenário de dificuldade para realização do ISS pode ser uma ferramenta de avaliação de risco. A análise reforça que uma documentação clínica completa é essencial para uma melhor estratificação de risco e que, mesmo sem o ISS, marcadores clínicos no diagnóstico podem ajudar a prever o desfecho do paciente.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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