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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 538
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HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA: UM PANORAMA GERAL
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HB Gonçalves, LO Firmino
Hospital Estadual de Bauru, Bauru, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A hemoglobinúria paroxística noturna (HPN) é uma doença hematológica adquirida causada por mutações no gene PIG-A, localizado no cromossomo X. Essas mutações levam a um bloqueio precoce da síntese do fosfolípidio glicosilfosfatidilinositol (GPI), responsável pela ancoragem de proteínas reguladoras do complemento (CD55 e CD59) na membrana celular. Por conta da ausência ou perda parcial das GPI’s, as proteínas reguladoras não se expressam, levando à fixação de complemento (C5) nas hemácias e, consequente, hemólise intravascular. A HPN é atualmente tratada com inibidores de moléculas do sistema complemento, que têm como alvo as proteínas C5 e C5 mais C3, impedindo, assim, a hemólise. Em Bauru, interior de SP, são três pacientes diagnosticados e em tratamento por HPN no Sistema Único de Saúde.

Objetivos

Apresentar um panorama geral da HPN, como fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento.

Material e métodos

Foram levantados artigos publicados sobre a HPN nos últimos anos (2010-2025) e destacados os principais tópicos a respeito da fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento atualmente disponíveis.

Discussão e conclusão

As proteínas CD55 e CD59 têm como função proteger as hemácias da lise mediada pelo sistema complemento e, estando ausentes, os eritrócitos tornam-se sensíveis à hemólise intravascular pela ação de C5. As principais manifestações clínicas da HPN são hemólise, hematúria matinal, astenia e, por vezes, o quadro pode ter como manifestação inicial a trombose de forma atípica (sistema porta). A citometria de fluxo é o exame de escolha para diagnóstico, devido alta sensibilidade e especificidade. Previamente ao surgimento de tratamento primário específico, o controle sintomático e o eventual uso de imunossupressores inespecíficos eram a estratégia terapêutica disponível. No entanto, a expectativa de vida de cerca de 35% dos pacientes era de até 5 anos após o diagnóstico, sendo as causas mais frequentes os eventos trombóticos ou insuficiência renal. Com o desenvolvimento de anticorpos monoclonais terapêuticos, houve melhora no prognóstico da doença. O eculizumabe foi o primeiro inibidor do fator de complemento aprovado em 2007. Trata-se de um anticorpo monoclonal anti-C5 humanizado (mAb) que previne a clivagem de C5 em C5a e C5b. O medicamento é altamente eficaz na hemólise intravascular, mas a maioria dos pacientes em uso do eculizumabe continua apresentando hemólise extravascular leve a moderada, devido à deposição de C3d. Considerando os benefícios da estratégia de inibição do complemento, novos medicamentos (inibidores terminais e proximais) contra o C5 foram desenvolvidos com o objetivo de aprimorar ainda mais o tratamento. Pegcetacoplan e ravulizumabe foram dois outros inibidores do complemento aprovados pelas agências reguladoras internacionais que previnem também a hemólise extravascular por C3. Ao longo dos anos foi possível aprimorar os conhecimentos sobre os fundamentos moleculares e celulares da HPN, o que resultou em maior compreensão da biologia e da história natural da doença. Novos inibidores estão ampliando o arsenal terapêutico para melhorar as respostas imunológicas, controle da hemólise residual e de escape, e a qualidade de vida dos pacientes.

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Referências:

Bravo-Perez C, Guarnera L, Williams ND, Visconde V. Paroxysmal Nocturnal Hemoglobinuria: Biology and Treatment. Medicina 2023, 59, 1612. https://doi.org/10.3390/medicina59091612.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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