HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosAs hemofilias A e B são coagulopatias hereditárias, causadas por deficiência dos fatores VIII ou IX, exigindo tratamento contínuo e acompanhamento especializado. Desde 2011, o Ministério da Saúde (MS) adota a profilaxia como estratégia prioritária, com avanços significativos na prevenção de complicações e na qualidade de vida. Essa medida mantém a frequência de eventos hemorrágicos dentro do parâmetro ideal da World Federation of Hemophilia (WFH) ‒ menos de 1–2 episódios por paciente/ano ‒ reforçando a efetividade das políticas públicas e a importância do monitoramento dos indicadores assistenciais.
ObjetivosApresentar os resultados parciais de 2025 do Indicador n° 15 do Plano Nacional de Saúde (PNS) 2024–2027, “Número de eventos hemorrágicos em pacientes com hemofilia A e B por paciente ao ano”, vinculado ao Objetivo Estratégico de ampliar o acesso à Atenção Especializada, reduzir desigualdades e promover integralidade do cuidado. A meta é manter a frequência abaixo de 1,2 eventos/paciente/ano. Serão mostrados resultados e ações da Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados (CGSH), com foco na atualização de protocolos, qualificação diagnóstica e fortalecimento da rede de atenção.
Material e métodosForam utilizados dados do Hemovida Web Coagulopatias (HWC), que registra infusões realizadas em centros de tratamento, em ambiente ambulatorial, domiciliar e hospitalar, com estratificação por tipo de sangramento, região e tipo de hemofilia. Também foram consideradas ações da CGSH, como capacitações multiprofissionais, revisão de manuais, atualização de protocolos, ampliação do acesso a medicamentos pró-coagulantes e monitoramento da hemorrede nacional.
ResultadosÍndice nacional de eventos hemorrágicos (jan–jun/2025): 1,06 eventos/paciente/ano, totalizando 7.544 eventos, abaixo do limite recomendado. Distribuição regionalizada eventos hemorrágicos (%): Sudeste (49,62%), Nordeste (17,43%), Norte (12,94%), Sul (11,56%) e Centro-Oeste (8,46%). Tendência: redução média anual de 9% na frequência de eventos desde a ampliação da profilaxia. Estratégia: previsão orçamentária de R$ 1,7 bilhão em 2025 para compra de 12 tipos de pró- coagulantes, garantindo fornecimento contínuo.
Ações EstratégicasAprimoramento do HWC para padronização e qualidade dos registros. Retomada de visitas técnicas para monitoramento da hemorrede e análise local de indicadores. Capacitação multiprofissional em diagnóstico e manejo das coagulopatias. Revisão e publicação dos Manuais de Hemofilia e de Doença de Von Willebrand. Ampliação do acesso a terapias pró-coagulantes modernas. Fortalecimento do diagnóstico precoce para intervenções mais eficazes.
Discussão e ConclusãoOs resultados parciais de 2025 mostram que a profilaxia, associada a gestão eficiente, capacitação e atualização técnica, mantém a frequência de eventos hemorrágicos abaixo do parâmetro ideal internacional. O desempenho reafirma o Programa Nacional de Coagulopatias como referência internacional, sustentado por políticas públicas sólidas, investimentos contínuos e compromisso com a qualidade da atenção. A manutenção dessas ações é essencial para consolidar avanços e ampliar o impacto positivo na vida das pessoas com hemofilia no Brasil.




