HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosCell Saver é um equipamento que recupera e devolve sangue do próprio paciente em cirurgias, reduzindo a necessidade de transfusões alogênicas e, portanto, os riscos de complicações associadas a transfusões, como reações adversas e transmissão de doenças.
ObjetivosAvaliar perfil, comorbidades, evolução, transfusão alogênica e desfecho de pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio em hospital da rede privada, localizado no bairro de Cascadura/RJ.
Material e métodosRealizado estudo observacional descritivo, com levantamento de dados em prontuário de 82 pacientes submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio entre janeiro de 2020 e junho de 2025, com utilização de recuperação intraoperatória de sangue homólogo pela XTRA/SORIN. O critério para transfusão de concentrado de hemácias (CH) foi hemoglobina abaixo de 8-9g/dl e instabilidade hemodinâmica. Um hemograma foi realizado antes da cirurgia, na chegada do paciente a unidade de terapia intensiva, no 5° dia após e no dia da alta hospitalar. O volume globular e Hb foram tabelados, assim como o volume de sangue aspirado, o volume de sangue infundido, o número de CH transfundidos. O levantamento dos dados foi realizado através do Sistema Realblood e do prontuário eletrônico da unidade hospitalar (WPD). A análise dos resultados foi realizada pela estatística descritiva, e os dados foram trabalhados em planilhas do software Microsoft Excel.
ResultadosQuanto à prevalência, 71 (86,6%) eram do sexo masculino com idade média de 63 anos e peso médio de 83,3kg, enquanto no sexo feminino a idade média foi de 62,6 anos e peso médio de 72,3kg. As comorbidades mais encontradas foram: hipertensão arterial (86,6%), doença arterial coronariana (69,5%), Diabetes mellitus (58,5%), dislipidemia (48,8%) e obesidade (24,4%). História de tabagismo e uso de antiagregante plaquetário à época da cirurgia estavam presentes em 26,8% e 57,3% dos pacientes, respectivamente. O tempo médio de internação foi de 25,13 dias, com média de 11,51 dias de hospitalização pós-cirurgia. Quanto aos índices hematimétricos, a média da hemoglobina pré-procedimento foi 12,47g/dl, 11,66 g/dl no pós-operatório imediato, 10,61 g/dl no quinto dia de pós-operatório e 11,51 g/dl na alta. A média de sangue recuperado foi em média 1,12 unidade de CH por procedimento. Quanto à transfusão alogênica: 16 pacientes (19,5%) foram transfundidos com CH durante a cirurgia e 17 (20,7%) necessitaram de transfusão no pós- operatório. No pós-operatório as intercorrências mais observadas foram: fibrilação atrial (17,07%), pneumonia (12,19%), derrame pleural (8,53%) e congestão pulmonar (6,09%). Três pacientes (3,7%) foram reabordados por sangramento e três pacientes tiveram o desfecho óbito (3,7%).
Discussão e conclusãoEm média, um terço do sangue recuperado foi infundido, beneficiando os pacientes cirúrgicos. O objetivo primordial da recuperação intraoperatória de sangue é reduzir a necessidade da utilização de CH alogênico nos pacientes, e, por consequência, reduzir as reações inflamatórias e a morbimortalidade, não havendo contraindicação nem complicações acrescidas pelo uso do método. A recuperação intraoperatória de sangue mostra-se relevante em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio, não havendo contraindicação decorrente do seu uso.




