Compartilhar
Informação da revista
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 420
Acesso de texto completo
ENTENDENDO A TRAJETÓRIA DO PACIENTE COM LINFOMA: JORNADA DO PACIENTE
Visitas
23
FC Santos Simão, IGF Mota, N Melo, F Augusto Fedozzi, C Moura Pinto, JR Gioseffi
Abrale, São Paulo, SP, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

Mais dados
Introdução

O linfoma é uma neoplasia do sistema linfático resultante da proliferação anormal dos linfócitos. Classifica-se principalmente em linfoma de Hodgkin (LH) e linfoma não Hodgkin (LNH), abrangendo mais de 40 subtipos. Com maior prevalência entre jovens e adultos, a doença apresenta diferentes níveis de agressividade, sintomas e respostas ao tratamento, exigindo abordagens específicas. Clinicamente, costuma manifestar-se por linfadenopatia indolor e, em estágios avançados, sintomas sistêmicos como febre, perda de peso e sudorese noturna.

Objetivos

Compreender as principais necessidades e dificuldades enfrentadas no tratamento pelos pacientes diagnosticados com linfoma.

Material e métodos

Trata-se de um estudo quantitativo, com pacientes diagnosticados com linfoma. A seleção foi feita por amostra por conveniência, por meio banco de dados da ABRALE. A coleta foi conduzida por meio de um questionário autoaplicável, disponibilizado em formato online. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o CAAE: 86385525.9.0000.0071.

Resultados

Um total de 262 pacientes responderam ao questionário. Entre os participantes, 44% relataram diagnóstico de linfoma de Hodgkin (LH) e 56% de linfoma não Hodgkin (LNH), enquanto 1% não soube informar seu tipo de linfoma. Aproximadamente 45% iniciaram o tratamento em até um mês após o diagnóstico. Observou-se maior agilidade no início do tratamento na rede privada, com média de 60 dias, em comparação ao Sistema Único de Saúde (SUS), cuja média foi de 77 dias.Quanto à realização do exame PET-Scan, utilizado para estadiamento da doença, 23% dos participantes relataram dificuldades no acesso, enquanto 71% não enfrentaram obstáculos. Um total de 6% desconhecia o exame ou informou que este não havia sido solicitado pelo médico. Em relação à eficácia do tratamento, cerca de 75% dos pacientes necessitaram trocá-lo devido à refratariedade da doença. Os demais 24% apontaram outras razões para a mudança terapêutica. O tratamento impactou significativamente a vida dos pacientes, destacando-se como principais áreas afetadas o bem-estar emocional (76%), os efeitos colaterais (72%) e a necessidade frequente de deslocamento até unidades de saúde (71%). Quanto à percepção sobre a informação recebida, 21% dos respondentes declararam não se sentirem completamente informados. As principais lacunas referiram-se aos impactos da doença a longo prazo (85%), informações gerais sobre o linfoma (47%) e às opções terapêuticas disponíveis (45%). Entre as principais barreiras à manutenção da qualidade de vida (n = 184), destacam-se a dificuldade em realizar atividades físicas (27%), a impossibilidade de manter um emprego fixo devido a afastamentos recorrentes (22%) e limitações nas atividades domésticas (6%). A maioria dos respondentes (71%) classificou sua qualidade de vida como regular.

Discussão e conclusão

Os dados evidenciam que, embora parte significativa dos pacientes inicie o tratamento em tempo relativamente adequado, ainda existem desafios importantes relacionados ao acesso a exames, necessidade de troca terapêutica e impactos na qualidade de vida. Além disso, a percepção de informação insuficiente sobre a doença e suas implicações apontam para a necessidade de estratégias de comunicação mais eficazes entre os profissionais de saúde e os pacientes.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas