HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), no Brasil, possui quase 30 anos de existência e ainda persistem dúvidas sobre o processo de cadastro e doação voluntária. Tal desconhecimento gera medo e insegurança, o que pode impactar negativamente o número de novos cadastros.
ObjetivosEste trabalho teve como objetivo socializar informações sobre o processo de doação voluntária de medula óssea e aumentar a quantidade de cadastros no REDOME em Mato Grosso.
Material e métodosTrata-se de relato de experiência desenvolvida a partir de outubro/2024 na qual um profissional da captação de doadores do MT-Hemocentro dirigia-se duas vezes ao dia até a sala de espera, junto aos candidatos que aguardavam atendimento para doação de sangue (corredor da doação) e lançava a seguinte pergunta: “Alguém aqui já ouviu falar sobre doação de medula óssea?”. A partir deste questionamento, diversas informações sobre o tema passavam a ser compartilhadas, criando espaço para perguntas e respostas. As dúvidas foram variadas e a mais recorrente dizia respeito ao local de onde é retirada a medula óssea, cuja suposição da grande maioria era a “coluna”, referindo-se à coluna espinhal. Ao final da abordagem ofertava-se o cadastro. Os que demonstravam interesse recebiam crachá de identificação, facilitando seu reconhecimento pelos demais profissionais no setor, otimizando fluxo e atendimento.
ResultadosHouve 1.139 novos cadastros de candidatos à doação de medula óssea de janeiro a dezembro/2024. Destes, 155 ocorreram no 1° trimestre, 295 no 2°, 286 no 3° e 403 no 4° trimestre, sendo este último correspondente ao período do projeto. Tais dados demonstram aumento de 160% em relação ao 1° trimestre e 36,6% em relação ao 2° trimestre, período antecedente de maior número de cadastros. Em comparação aos três anos anteriores, o resultado também foi positivo: 748 em 2021, 779 em 2022 e 940 cadastros em 2023. No 1° semestre de 2025, foram realizados 557 novos cadastros, demonstrando a assertividade da ação de sensibilização iniciada com o projeto.
Discussão e conclusãoOs resultados indicam que, mesmo com recursos limitados, intervenções educativas realizadas em momento oportuno e com abordagem humanizada podem ampliar o número de cadastros no REDOME, que ainda não foi maior em 2024 devido ao limite da cota anual de registros destinada ao Estado. A continuidade deste tipo de estratégia pode representar um avanço significativo para o fortalecimento da cultura de doação voluntária de medula óssea e o aumento da chance de encontrar doadores compatíveis para pacientes que aguardam o transplante. O Projeto Sala de Espera demonstrou ser uma ação eficaz para a promoção da informação e o estímulo ao cadastro no REDOME. Ao abordar o tema de forma acessível e interativa, foi possível desmistificar conceitos equivocados e esclarecer dúvidas frequentes, especialmente quanto aos métodos de coleta da medula óssea, incentivando também os profissionais de saúde que atuam no setor para a captação de novos candidatos. Os dados reforçam a importância de ações educativas presenciais e contínuas como ferramentas para fortalecer o REDOME, ampliar o número de doadores compatíveis e aumentar a chance de cura para pacientes que necessitam de transplante de medula óssea no Brasil e no mundo.




