HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO processamento e a criopreservação de células progenitoras hematopoiéticas (CPHs) são etapas cruciais para garantir a viabilidade e segurança do transplante, permitindo o armazenamento e uso futuro dessas células. O processo envolve a preparação para criopreservação (congelamento) e armazenamento em freezers (-80°C) ou em nitrogênio líquido, seguido do descongelamento e infusão no paciente. O congelamento é uma fase crítica do processo, sendo utilizados reagentes como o dimetilsulfóxido (DMSO) que é um agente crioprotetor, que atua minimizando a formação de cristais de gelo dentro e fora das células que poderiam rompê-las e inviabilizá-las. Este reagente é essencial para o sucesso do método, porém apresenta um custo elevado, o que nos direciona a buscar por marcas que forneçam qualidade semelhante por um preço mais acessível. Um dos desafios enfrentados pelas instituições de hemoterapia é a escassez de fornecedores especializados e os altos custos dos insumos, uma vez que a maioria dos produtos são importados.
ObjetivosAmpliação da base de fornecedores e redução de custos, mantendo a qualidade da criopreservação através da validação de um DMSO mais acessível.
Material e métodosIdentificamos no mercado uma marca de DMSO com custo 30% inferior ao da marca padronizada, que mantém as mesmas características físico-químicas e qualidade equivalentes sendo adequado para criopreservação. Para validar sua utilização, comparamos por validação concorrente o desempenho de ambas as marcas no congelamento de CPH, analisando a viabilidade celular pós-descongelamento.
ResultadosTodos os produtos CPH que foram coletados, processados e criopreservados utilizando o DMSO que está em processo de validação concorrente, apresentaram resultados satisfatórios, apresentando manutenção da viabilidade acima de 88%. De acordo com a legislação vigente a viabilidade exigida para que a célula seja utilizada no transplante é ≥ 65%. Os produtos congelados utilizando a nova marca foram avaliados durante um período de seis meses, com estabilidade garantida e corroborada pelas viabilidades satisfatórias em todas as unidades durante o período. Os resultados são promissores e proporcionaram otimismo para utilização da nova marca de DMSO em substituição da utilizada, visto que a racionalização do protocolo de criopreservação deve ser constantemente estimulada para que a técnica se torne cada vez mais eficiente do ponto de vista da sustentabilidade, o qual devemos ressaltar que ao ser reduzido, garantindo o mesmo padrão de qualidade, poderemos proporcionar a ampliação da carteira de fornecedores de modo que possamos atingir de maneira eficaz uma maior quantidade de pacientes que terão suas vidas impactadas positivamente durante o tratamento.
Discussão e conclusãoA validação concorrente entre as marcas de DMSO demonstrou que a opção de baixo custo não só atende aos requisitos do processo, mas supera expectativas, com excelente desempenho em congelamento e preservação celular (altas taxas de viabilidade). Essa descoberta permite reduzir custos em até 30% sem perda de qualidade, além de diversificar fornecedores – minimizando riscos de desabastecimento por questões logísticas ou alfandegárias. Estudos em larga escala são necessários para consolidar a aplicação em criopreservação de CPH e validar a eficácia em múltiplos ciclos. A inovação representa um avanço na gestão de custos e sustentabilidade do processo.




