HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO transplante de medula óssea (TMO) é fundamental no tratamento de doenças como leucemias, linfomas e anemias graves. No Brasil, o procedimento é oferecido pelo SUS, garantindo acesso gratuito à população. No entanto, há desigualdades regionais na oferta e realização dos TMOs, concentrados em certas regiões do país. Essas diferenças podem limitar o acesso de pacientes em áreas menos assistidas. Este estudo analisa a distribuição dos TMOs no SUS e o acesso entre os estados brasileiros.
ObjetivosEste trabalho visa avaliar a distribuição dos transplantes de medula óssea pelo SUS nas diferentes regiões do Brasil, comparando o acesso entre os estados e discutindo possíveis desigualdades e implicações para o sistema de saúde.
Material e métodosTrata-se de um estudo epidemiológico quantitativo, descritivo e retrospectivo sobre os transplantes de medula óssea realizados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), com base nas internações hospitalares registradas como Autorizações de Internação Hospitalar (AIH) aprovadas. Os dados foram extraídos do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), por meio do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), abrangendo o período de maio de 2023 a maio de 2025. Foram incluídos os procedimentos classificados como transplante autólogo e alogênico (aparentado e não aparentado). As informações foram estratificadas por Unidade da Federação e ano de atendimento, com o objetivo de descrever a distribuição regional da oferta do procedimento no Brasil.
DiscussãoA análise da realização dos transplantes de medula óssea no Sistema Único de Saúde (SUS) no período compreendido entre maio de 2023 e maio de 2025 revela disparidades no acesso a esse procedimento entre os estados brasileiros. Observa-se uma maior realização dos procedimentos nos estados de São Paulo (784), Paraná (216), Minas Gerais (136), Rio Grande do Sul (116) e Pernambuco (109) em ordem decrescente. Alguns estados, como Bahia (17), Ceará (7) e Santa Catarina (4), apresentaram números menores, o que sugere barreiras de acesso como baixa capacitação técnica, logística precária ou menor número de locais especializados para realização dos transplantes, por exemplo. Além disso, a variação dos números ao longo dos anos mostra que o estado de Goiás demonstrou um crescimento expressivo de 2200% no período citado, o que pode indicar investimentos locais e maior fomento na realização do procedimento. Em contrapartida, estados como Santa Catarina não apresentaram registros após 2023, o que pode indicar suspensão das atividades ou dificuldades na manutenção dos serviços.
ConclusãoApesar da universalidade ser um princípio do Sistema Único de Saúde, ainda persistem disparidades na oferta de TMO entre os estados brasileiros, o que impede o acesso de parte da população a esse serviço essencial. Torna-se, portanto, necessário investir no desenvolvimento da infraestrutura e na capacitação profissional de forma mais homogênea no território nacional, visando mitigar as desigualdades e promover maior equidade no acesso, descentralizando-o das regiões Sul e Sudeste.




