HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (GRSS) em hemocentros é estratégico para a biossegurança, a sustentabilidade ambiental e o cumprimento das normativas sanitárias. No contexto hemoterápico, a manipulação de materiais infectantes, químicos e perfurocortantes impõe riscos significativos à saúde ocupacional e ao meio ambiente. Desde 2007, o Hemocentro Coordenador de Palmas (HCP) adota práticas alinhadas à RDC n° 222/2018 (ANVISA) e à Resolução CONAMA n° 358/2005, integrando o PGRSS ao Sistema de Gestão da Qualidade. A análise longitudinal dessas práticas permite mensurar a efetividade operacional e orientar decisões estratégicas voltadas à excelência em gestão ambiental.
ObjetivosAvaliar (1) a evolução do GRSS no HCP entre 2007 e 2024; (2) os processos de geração, segregação, acondicionamento, armazenamento, transporte e destinação de resíduos; (3) a identificação e quantificação de resíduos infectantes, químicos e perfurocortantes; (4) os registros de capacitação e medidas de biossegurança; e (5) a evolução temporal dos indicadores institucionais segundo a RDC n° 222/2018.
Material e métodosEstudo observacional, retrospectivo e descritivo, com análise documental de registros institucionais referentes ao GRSS no HCP de 2007 a 2024. Foram utilizados relatórios internos, planilhas, atas de treinamentos e registros de monitoramento ambiental. Os dados foram categorizados segundo a RDC n° 222/2018 e a Resolução CONAMA n° 358/2005, permitindo construção de séries históricas e comparação entre períodos. A análise descritiva contemplou variáveis de conformidade técnica e eficiência operacional.
DiscussãoA análise histórica aponta avanços significativos na padronização de procedimentos, no alinhamento normativo e na integração de metas ambientais às rotinas operacionais. Evidencia-se um amadurecimento institucional, capaz de consolidar políticas internas que fortalecem a biossegurança e a sustentabilidade. Embora persistam desafios — como atualização tecnológica e capacitação contínua — a experiência do HCP demonstra que a gestão baseada em indicadores ambientais é ferramenta estratégica para serviços hemoterápicos. A trajetória analisada sugere que a conjugação de conformidade técnica e responsabilidade socioambiental pode ampliar o impacto institucional e servir de modelo replicável.
ConclusãoA gestão de resíduos em hemocentros ultrapassa o cumprimento legal, constituindo pilar essencial da qualidade assistencial e da proteção ambiental. A experiência do HCP ao longo de 17 anos mostra que políticas consistentes, associadas a monitoramento contínuo, potencializam resultados sustentáveis e projetam a instituição como referência. O fortalecimento dessa cultura organizacional é determinante para inspirar práticas semelhantes em outros serviços hemoterápicos.
Referências:
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Resolução RDC n° 222, de 28 de março de 2018. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. Brasília: ANVISA, 2018. Disponível em: https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/14449056. Acesso em: 02 jul. 2025.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução n° 358, de 29 de abril de 2005. Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. Brasília: CONAMA, 2005. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/cepsul/images/stories/legislacao/Resolucao/2005/res_conama_358_2005_residuos_servicos_saude.pdf. Acesso em: 02 jul. 2025.




