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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 719
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DIAGNÓSTICO DA PRÁTICA TRANSFUSIONAL ENTRE MÉDICOS RESIDENTES DA CIDADE DE JUIZ DE FORA
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LDB Almeida, AdM Nicolato, MA Campos, AAMB Almeida, CMM Horta, TS Ferreira
Fundação Hemominas, Juiz de Fora, MG, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

As transfusões são recursos terapêuticos indispensáveis, capazes de salvar vidas, mas que não estão isentas de riscos e em muitos casos não são mais consideradas a terapia de primeira escolha. Por isso, foi desenvolvida uma estratégia sistemática, multidisciplinar, focada no paciente, para a segurança e eficácia transfusional, denominada Patient Blood Management (PBM). Apesar das diretrizes, práticas transfusionais inadequadas ainda são frequentes.

Objetivos

Avaliar o conhecimento e a prática transfusional entre médicos residentes nos hospitais da cidade de Juiz de Fora - MG.

Material e métodos

Estudo transversal, com aplicação de questionário estruturado a médicos residentes de cinco hospitais da cidade. Foram avaliados o ensino em hemoterapia, a estrutura hospitalar, a prática transfusional individual e a auto avaliação do conhecimento. As respostas foram submetidas a análises descritiva e de associação bivariada e multivariada.

Resultados

Houve 94 participações, mediana de 27 anos de idade e de 2 anos de formados. Os entrevistados eram 54,2% da área clínica, 20,2% da área cirúrgica, 8,5% da pediatria, 11,7% da ginecologia-obstetrícia e 5,4% da terapia intensiva e anestesiologia. Em relação ao ensino, 20,2% e 41,5% não se recordavam de algum tipo de atividade (mediana de 2 e 0 horas de aula) durante a graduação e residência médica, respectivamente. Três questões avaliavam objetivamente a prática transfusional: indicar a transfusão na impossibilidade de outras abordagens (0 respostas), basear-se na possibilidade de compensação do paciente sem transfusão na hemorragia aguda (27,7%) e postergar procedimentos sempre que possível na anemia crônica (10,6%). Elas não estiveram associadas entre si ou com as universidades, hospitais, áreas médicas ou o tempo de aula. A análise multivariada definiu dois grupos, um deles, N = 29 (30,9%), esteve significativamente mais associado às variáveis alinhadas aos princípios do PBM. Na hemorragia aguda, basear-se na estimativa de volume perdido (x²(1) = 11, p = 0,001), no comprometimento hemodinâmico e na tolerância individual (x²(1) = 5, p = 0,029), na possibilidade de compensar por método sem transfusão (x²(1) = 6,2, p = 0,013), utilizar técnicas para conter sangramento (x²(1) = 13, p < 0,001) e considerar o histórico transfusional e de reações (x²(1) = 65, p < 0,001). Na anemia crônica, considerar o histórico de sangramentos do paciente (x²(1) = 38, p < 0,001), priorizar o diagnóstico e tratamento específico da anemia (x²(1) = 7,6, p = 0,006), basear-se em sinais de descompensação (x²(1) = 5,8, p = 0,016), postergar procedimentos sempre que possível (x²(1) = 8, p = 0,009), considerar o histórico transfusional e de reações (x²(1) = 40, p < 0,001) e solicitar a concordância do paciente explicando os riscos e benefícios (x²(1) = 42, p < 0,001).

Discussão e conclusão

A maioria dos residentes (69,1%) não estiveram alinhados com os princípios do PBM. A formação em hemoterapia parece insuficiente em carga horária e efetividade, tanto na graduação quanto na residência. A ausência de associação estatística com as instituições ou áreas de especialidade indica um problema sistêmico de formação. Os médicos residentes em Juiz de Fora demonstraram preparo limitado para práticas transfusionais baseadas no PBM. Há uma lacuna importante na formação em hemoterapia. É fundamental que instituições de ensino e serviços de saúde, com o apoio dos hemocentros, desenvolvam programas de capacitação que incorporem os princípios do PBM às diretrizes curriculares.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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