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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 2923
Acesso de texto completo
DETECÇÃO DE FENÓTIPO AEL COM ANTI-A1 EM DOADORA COM VÁRIAS TIPAGENS COMO “O”
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18
AR Silvaa, APL Motab, LC Schmidta
a Fundação HEMOMINAS, Belo Horizonte, MG, Brasil
b Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

O sistema ABO foi reportado em 1900 por Karl Landsteiner e representa o prinicipal sistema de grupo sanguíneo na medicina transfusional. Possui 4 antígenos (A, B, AB, A1) e 4 principais interpretações fenotípicas: “A”, “B”, “AB” e “O”. Embora raros, subgrupos com fraca expressão de A ou B nas hemácias são uma das mais importantes causas de discrepância na tipagem ABO nos testes pré-transfusionais de doadores e podem levar à incorreta rotulagem ABO de bolsas de sangue e a reações transfusionais graves. Este relato de caso tem como objetivo elucidar como foi detectado o fenótipo Ael em uma doadora com várias classificações anteriores como “O”.

Descrição do caso

Doadora ATLL, sexo feminino, foi tipada como grupo sanguíneo “O” em oito doações consecutivas, utilizando soro anti-A e anti-B na prova direta e hemácias A1 e B na prova reversa. Na 9ª doação, foi novamente classificada como “O” positivo. Durante a seleção de amostras para testes internos de controle da qualidade, empregando-se hemácias A1, A2 e B na prova reversa, identificou-se divergência entre as provas direta e reversa. A prova direta não apresentou reatividade, enquanto a prova reversa mostrou aglutinação com hemácias A1 e B, mas não com hemácias A2. Realizou-se teste de adsorção/eluição com soro anti-A, que detectou a presença do antígeno A nas hemácias da doadora, confirmando o fenótipo Ael. Como hemácias A2 não são rotineiramente utilizadas na tipagem ABO de doadores, o fenótipo Ael, quando associado à presença concomitante de anti-A1, pode passar despercebido. Nesses casos, a concordância aparente entre as provas direta e reversa leva à classificação incorreta como grupo “O”. A inclusão de hemácias A2 na tipagem reversa poderia aumentar a especificidade da classificação ABO e auxiliar na detecção de anticorpos irregulares. No entanto, essa medida implicaria na elevação de custos, o que dificulta sua implementação na rotina laboratorial. Por outro lado, a classificação equivocada de um doador Ael como “O” pode resultar em reações transfusionais graves, reforçando a importância da vigilância laboratorial e de protocolos que permitam identificar esses fenótipos raros.

Conclusão

O fenótipo Ael com presença de anti-A1 somente foi identificado quando hemácias A2 foram incluídas na prova reversa da tipagem ABO. Este achado reforça a importância de procedimentos de tipagem mais abrangentes para garantir a correta classificação sanguínea, prevenindo erros de rotulagem e, consequentemente, possíveis reações transfusionais graves.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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