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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 1255
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COMPARATIVO ENTRE HEPARINA BOVINA E SUÍNA: ANÁLISE DE ATIVIDADE ANTI-XA E TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL ATIVADA
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31
KTS Hiroi, EDS Garcia, KA Kawasaki, RC Martins, EA Escobar, AdAR Nogueira, CMC Strunz
Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (INCOR-FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A avaliação da atividade da heparina utilizada em ambientes hospitalares é uma etapa essencial para garantir que o tratamento anticoagulante seja seguro e eficaz. Isso é especialmente importante em situações onde há dúvidas sobre a consistência entre diferentes lotes ou marcas, que podem ser de origem bovina ou suína. Ao realizar essa avaliação, conseguimos identificar possíveis variações na atividade anticoagulante, o que contribui para a padronização do tratamento e na redução do risco de complicações, como eventos hemorrágicos ou trombóticos.

Objetivos

Realizar uma análise comparativa de performance entre as heparinas A (suína) e B (bovina), com base em dados laboratoriais de TTPa (Tempo de Tromboplastina Parcial ativado) e concentrações de Heparina Não Fracionada (HNF).

Material e métodos

Foram preparados pools de plasma de voluntários saudáveis, aos quais se adicionaram (spike) heparinas em concentrações conhecidas (0,10 a 1,00 UI/mL). As amostras foram analisadas para atividade anti-Xa (método cromogênico) e TTPa (método coagulométrico), expresso pela relação TTPA amostra/TTPA controle. Utilizou-se os kits STA PTT Automate 5 (TTPA) e STA liquid Anti Xa (Anti-Xa) em um equipamento automatizado STA R MAX (Stago, França). A análise estatística foi feita utilizando a Regressão de Passing-Bablok para definir a faixa terapêutica de TTPA, considerando a faixa terapêutica de 0,3 a 0,7 UI/mL de heparina.

Resultados

Observou-se forte correlação entre TTPA e atividade anti-Xa para ambas as heparinas: Heparina A (suína) A relação entre TTPa e HNF resultou na equação y = 0,61 + 6× e uma faixa terapêutica entre 2,4 e 4,8 para a relação do TTPa. O coeficiente de correlação obtido foi de 0,959 (95% CI 0,873‒0,987; p < 0,0001). Heparina B (bovina) A relação entre TTPa e HNF resultou na equação y = 0,72 + 4,8× e uma faixa terapêutica entre 2,2 e 4,1 para a relação do TTPa. O coeficiente de correlação obtido foi de 0,934 (95% CI: 0,799‒0,979; p < 0,0001). Devido aos valores de TTPA mais baixos para a heparina bovina B, foi feita a avaliação de outra marca de heparina suína, que denominamos como heparina C, usada em cirurgia cardiovascular. Amostras de pacientes em tratamento com a heparina C apresentaram uma faixa terapêutica de TTPA entre 2,3 e 4,8, similar à heparina A.

Discussão e Conclusão

Os resultados obtidos demonstram uma forte correlação entre o TTPA e a atividade anti-Xa das diferentes heparinas utilizadas, reforçando a validade do método de avaliação. A heparina bovina demonstrou menor atividade anticoagulante comparada à suína, indicando diferenças na composição. Os testes com a heparina suína C corroboram essa distinção, reforçando a necessidade de testes de potência para diferentes lotes e marcas, garantindo a padronização e segurança. O teste com “spike” de heparina em pools de amostras permite uma avaliação rápida e eficiente da atividade anticoagulante, oferecendo uma resposta ágil antes do uso de novos lotes ou da disponibilidade de informações farmacocinéticas oficiais. Essa abordagem promove uma gestão mais confiável dos medicamentos no ambiente clínico. A heparina B (bovina) apresentou um efeito anticoagulante menor em comparação às heparinas A e C (suínas). A implementação de testes com “spike” de heparina em amostras de pools é uma estratégia eficiente para o controle de qualidade e a segurança do paciente na prática clínica.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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