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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 893
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CLASSIFICAÇÃO DE RISCO SAMLS NA LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA: RELEVÂNCIA EM CENÁRIOS DE RECURSOS LIMITADOS
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DR Martinsa, EMA de Mattosb, MPR Gasparottob, LMR Sillab
a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
b Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, RS, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A estratificação de risco na Leucemia Mieloide Aguda (LMA) é crucial para a tomada de decisão terapêutica e impacta diretamente na escolha do tratamento. A classificação European LeukemiaNet (ELN2022), exige informações citogenéticas e moleculares específicas que frequentemente são de difícil acesso para pacientes vivendo em países em desenvolvimento, limitando a estratificação adequada. O Survival AML Score (SAMLS) é um sistema de pontuação que integra o Adapted Genetic Risk (AGR) e busca reproduzir a classificação do ELN2022, contornando essa limitação ao combinar informações genéticas (mesmo quando incompletas) com dados clínicos acessíveis, como idade, contagem de leucócitos e dosagem de albumina ao diagnóstico. Esse escore foi desenvolvido por Silveira et al. (Blood, 2020).

Objetivos

Propomos avaliar a aplicabilidade e o impacto do SAMLS em uma coorte de pacientes do sul do país, bem como verificar sua capacidade de reclassificar o risco prognóstico frente à estratificação convencional.

Material e métodos

Foram analisados dados de 29 pacientes com diagnóstico de LMA atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre entre janeiro de 2023 e maio de 2025. A coorte incluiu 18 (62.1%) pacientes do sexo masculino e 11 (37.9%) do sexo feminino. A idade dos pacientes variou de 5 a 83 anos, com mediana de 59 anos (Intervalo Interquartil: 42-67.5). Os diagnósticos mais frequentes foram LMA (n = 16), LMA de risco desfavorável (n = 4) e LMA de risco intermediário (n = 2). A classificação de risco inicial dos pacientes, quando disponível, foi comparada com a estratificação SAMLS (baixo ou alto risco).

Resultados

A aplicação do SAMLS resultou em uma reclassificação da estratificação de risco para 12 dos 29 pacientes (41.4%). Destes, 9 pacientes classificados como risco intermediário tiveram seu risco elevado para alto risco pelo SAMLS, refletindo a identificação de fatores clínicos ou genéticos adicionais que conferem pior prognóstico. Inversamente, 3 pacientes classificados como Risco Intermediário foram reclassificados como baixo risco pelo SAMLS, indicando um prognóstico mais favorável. Pacientes inicialmente em risco favorável ou adverso mantiveram, em sua maioria, a consistência de classificação inicial.

Discussão e conclusão

A reclassificação de risco observada neste estudo preliminar sugere que o SAMLS possa refinar a estratificação de risco, permitindo uma avaliação mais precisa do prognóstico individual. Sua potencial aplicabilidade em cenários com recursos limitados, onde classificações com a ELN2022 não é possível, destaca-se como uma de suas principais vantagens. A integração do AGR, projetado para tolerar dados genéticos incompletos, com parâmetros clínicos de fácil acesso, posiciona o SAMLS como uma proposta para o avanço da medicina. No entanto, considerando que a população de nossos pacientes possa apresentar características e perfis biológicos distintos daqueles relatados nas coortes de validação do escore, é fundamental o acompanhamento longitudinal desses pacientes para confirmar a reprodutibilidade e a validade dos resultados prognósticos do SAMLS em nosso contexto local. Assim, o SAMLS se mostra como um recurso potencialmente promissor em contextos de recursos limitados, cuja investigação poderá representar um avanço significativo na busca por maior equidade no acesso à saúde de qualidade para pacientes com LMA no Brasil.

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Referência:

Silveira DRA, Quek L, Santos IS, Corby A, Coelho-Silva JL, Martins DAP, et al. Integrating clinical features with genetic factors enhances survival prediction for adults with acute myeloid leukemia. Blood Adv. 2020;4(10):2339-2350. doi:10.1182/bloodadvances.2019001419.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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