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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 1302
Acesso de texto completo
AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA CONSERVAÇÃO DE SANGUE INTRAOPERATÓRIA EM CIRURGIAS CARDÍACAS: ANÁLISE COMPARATIVA DE DOIS PERÍODOS CONSECUTIVOS (2023–2025)
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MCL da Silva, KCG Alves, CF Antonio, JE Di Giacomo
GSH - São Paulo - SP – Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

Dados da literatura indicam que uma minoria dos pacientes em cirurgias cardíacas consome mais de 80% dos produtos sanguíneos utilizados. Devido à alta previsibilidade de sangramento nesse perfil cirúrgico, é fundamental reservar hemocomponentes e adotar estratégias que minimizem transfusões alogênicas, como a técnica de recuperação intraoperatória de sangue (Cell Saver).

Objetivos

Avaliar a eficácia da recuperação intraoperatória de sangue (Cell Saver) na redução da necessidade de transfusões alogênicas em cirurgias cardíacas, comparando a utilização de concentrado de hemácias (CH), tempo de internação e desfechos clínicos entre pacientes que utilizaram e não utilizaram a técnica, em dois períodos consecutivos.

Material e métodos

Estudo retrospectivo e comparativo, realizado com pacientes submetidos a cirurgias cardíacas em dois hospitais de alta complexidade em São Paulo, entre junho de 2023 e junho de 2025. Os pacientes foram divididos em dois grupos: • Grupo A: Pacientes que utilizaram Cell Saver (398 em 2023–2024 e 366 em 2024–2025) • Grupo B: Pacientes que não utilizaram a técnica (173 em 2023–2024 e 106 em 2024–2025) Foram analisados o volume de sangue recuperado, unidades de CH reservadas e transfundidas, tempo médio de internação, tipo de procedimento cirúrgico, faixa etária, sexo e desfecho clínico (alta hospitalar, óbito, permanência hospitalar).

Discussão e conclusão

A comparação entre os Grupos A e B nos dois períodos analisados evidencia diferenças significativas. O Grupo A, que utilizou Cell Saver, apresentou redução consistente nas taxas de transfusão de concentrado de hemácias (21,5% para 19,3%) e no tempo médio de internação (17 para 15 dias), mantendo taxas elevadas de alta hospitalar, indicando boa recuperação dos pacientes. Em contrapartida, o Grupo B, que não utilizou a técnica, teve aumento na taxa de transfusão (22,9% para 27,1%) e maior tempo médio de internação (17 para 19 dias), além de uma redução mais expressiva nas altas. Esses achados reforçam a efetividade da recuperação intraoperatória na otimização do uso de hemocomponentes e na melhora dos desfechos clínicos em cirurgias cardíacas. Além disso, esses resultados se alinham com os princípios do Patient Blood Management (PBM), especialmente no pilar de otimização do volume sanguíneo e minimização da perda sanguínea, reforçando a recuperação intraoperatória de sangue como uma estratégia essencial para reduzir a necessidade de transfusões alogênicas e melhorar a segurança do paciente. A conservação de sangue intraoperatória por meio do Cell Saver demonstrou impacto positivo na redução da utilização de hemocomponentes e em desfechos assistenciais, como tempo de internação e taxas de alta hospitalar. A comparação entre os períodos 2023–2024 e 2024–2025 mostra consistência na eficácia da técnica, sugerindo que sua adoção rotineira pode contribuir significativamente para a segurança transfusional e otimização de recursos. Estudos adicionais podem aprofundar a influência de fatores clínicos e cirúrgicos sobre os resultados observados.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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