HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA imunofenotipagem por citometria de fluxo é utilizada para diagnóstico das neoplasias hematológicas, dentre elas os linfomas não-Hodgkin T (LNHT). Atualmente, a análise de clonalidade através da marcação de superfície (sup.) do anticorpo TRBC1 auxilia no diagnóstico e monitoramento destas doenças. Alguns LNHTs, não expressam o CD3 ou o expressam fracamente, dificultando ou impossibilitando a avaliação do TRBC1 de sup. O CD3, contudo, está presente na quase totalidade dos casos de LNHT no citoplasma (cito.), o que abre a possibilidade de se avaliar sua expressão no cito.
ObjetivosVerificar a viabilidade técnica da marcação intracitoplasmática para avaliação da expressão do TRBC1 para determinação de monoclonalidade T.
Material e métodos12 amostras de sangue periférico (10 sem neoplasia (SN) e 2 LNHT CD4+) foram utilizadas. As marcações de superfície do CD3, CD4, CD8, TCRgd e CD45, bem como a marcação intracitoplasmática do TRBC1 utilizando as orientações e reagentes do kit de permeabilização IntraPrep®. A aquisição destas amostras foi realizada no citômetro de fluxo DxFLEX® e analisado no software Kaluza C®, nas populações T CD4 e CD8 TCRgd-. Foi considerado monoclonal (MC) a população com % de TRBC1 >85% ou <15%.
ResultadosA mediana (med.) dos linfócitos (LY) = 1635/µL (var. 910-4780); med. %LYT = 76.5 (var. 54.2-96.0); med. %LYCD4 = 58.4 (var. 34.9-88.8); e med. %CD8 = 38.9 (var. 10.4-62.8). A relação CD4/CD8 variou de 0.56 a 3.46 nos SN e nos LNHT foi 8.21 e 8.54. Na população de LYCD4+, a % med. de TRBC1 = 45.9 (var. 35.8-96.0). Todos os SN foram classificados como não-MC e os 2 LNHTCD4+ foram classificados como MC (89.7% e 96.0%). Nos casos com LNHT, foi também realizada avaliação do TRBC1 em sup., com achados concordantes. Na população de LYCD8+, % med. de TRBC1 = 33.4 (var. 17.6-40.9), todos não-MC.
Discussão e conclusãoA marcação intracitoplasmática do TRBC1 utilizando, sem modificações, as orientações de bula dos reagentes permitiu a identificação da expressão do TRBC1 em todos os casos. Todos os casos SN foram corretamente classificados como não-MC e os 2 com LNHT CD4+ como MC na população CD4. Deste modo, a técnica utilizada parece ser promissora na avaliação de monoclonalidade T em pacientes com expressão ausente ou fraca do CD3 de superfície. Mais estudos envolvendo maior número de casos e também com LNHT CD8+ são necessários para a consolidação destes resultados.




