HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosApesar dos avanços terapêuticos, a artropatia hemofílica ainda é a principal morbidade nessa população. Nesse contexto, o Plasma Rico em Plaquetas (PRP) surge como um potencial intervenção para reduzir a inflamação sinovial e melhorar a função articular. Estudos de outros grupos na literatura vêm demostrando potencial terapêutico promissor do PRP na artropatia hemofílica (Caviglia et al., 2020).
ObjetivosAvaliar a eficiência e segurança do PRP na artropatia hemofílica.
Material e métodosSerão avaliados, nos tempos zero, três e seis meses após a aplicação do PRP: dor articular pela Escala Visual Analógica (EVA), amplitude de movimento articular (por medições angulares), força muscular dos membros superiores (dinamometria manual), capacidade funcional dos membros inferiores (Teste de Caminhada de Seis Minutos ‒ 6MWT) e alterações estruturais/inflamatórias articulares (radiografias com escore de Pettersson e Ultrassonografias com escore HEAD-US). Para a preparação do PRP, cerca de 42 mL de sangue são coletados em tubos com citrato de sódio. O material é submetido a um processamento por dupla centrifugação (300G por 5 min e 700G a 17 min), obtendo-se 6 mL de um produto final, o PRP, pobre em leucócitos e hemácias. Este PRP é então infiltrado na articulação de maneira guiada com auxílio de ultrassom. Como controle de qualidade, cerca de 100 µL de amostra de PRP são separados para contagem plaquetária manual em câmara de Neubauer, com corante azul de cresil brilhante (Amable et al., 2013; Amaral et al, 2016).Os desfechos clínicos e funcionais serão correlacionados com os escores de imagem para avaliar se a gravidade estrutural interfere na resposta ao PRP.
ResultadosAté o momento, cinco participantes concluíram a primeira etapa da pesquisa, com injeção de PRP (volume injetado: 5,52×10⁹ ± 2,60×10⁹ plaquetas – valores em média ± desvio-padrão) nas seguintes articulações: três joelhos, três tornozelos (um na articulação subtalar) e dois cotovelos. Os escores HEAD-US variaram de 4 a 7; os escores de Pettersson, de 7 a 13. A partir de agosto, os participantes iniciarão o retorno para os seguimentos. Serão admitidos dois pacientes semanalmente no projeto.
Discussão e ConclusãoEspera-se que o PRP se consolide como uma estratégia complementar e minimamente invasiva na artropatia hemofílica, contribuindo para a melhora da dor e função desses pacientes.
Referências:
Amable et al. Stem Cell Res The. 2013; 4:1-13. doi: 10.1186/scrt218. Amaral et al. Stem Cells International. 2016; 2016: 11. doi: 10.1155/2016/7414036. Caviglia et al. Haemophilia. 2020; 26: e187-e193.doi: 10.1111/hae.14075.




