HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA Organização Mundial da Saúde reconhece que a deficiência de ferro e a anemia ferropriva são as principais deficiências nutricionais em todo o mundo, com 30% da população sendo afetada por essas condições.
ObjetivosDescrever o perfil epidemiológico das internações por anemia causadas por deficiência de ferro na população maranhense.
Material e métodosTrata-se de um estudo descritivo com dados do número de internações entre o período de 2014 a 2024 disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram avaliadas as variáveis sexo, faixa etária e cor/raça. Os dados foram tabulados no programa Excel e analisados em formato de proporção. Por serem dados secundários de domínio público, dispensa-se a aprovação de Comitê de Ética em Pesquisa.
ResultadosNo Brasil, no período de 2014 a 2024, foram notificados 135.980 casos de anemia por deficiência de ferro. No Maranhão, foram notificadas 3.982 internações (2,93%), dos casos notificados no período, com 2.310 sendo do sexo feminino (58%) e 1.672, do sexo masculino (42%). A faixa etária predominante foi a de 20 a 39 anos (23,68%), e a cor/raça parda apresentou o maior número de casos (60,69%).
Discussão e conclusãoO ferro desempenha um papel fundamental em muitos processos fisiológicos, incluindo a produção de energia, o transporte de oxigênio pela hemoglobina nos glóbulos vermelhos, a síntese de DNA e as reações de oxirredução. No presente estudo, as faixas etárias mais prevalentes foram os adultos, embora não haja diferença significativa de proporção entre as faixas etárias analisadas; segundo a OMS, a anemia ferropriva é mais comum em crianças. A maior prevalência no sexo feminino possui consequências substanciais para a saúde da mulher, incluindo diminuição da capacidade de trabalho e produtividade, bem como impacto negativo na gestação. Segundo o Global Burden of Diseases Study (2017), a deficiência de ferro é a quarta causa de anos vividos com incapacidade entre as mulheres. O maior número de casos foi em pardos, condizente com a formação da população maranhense e com a literatura que enfatiza que este tipo de anemia se desenvolve principalmente em pretos e pardos. Porém, houve um grande número de casos sem informação, o que representa uma limitação ao avaliar essa variável. Os dados apresentados demonstraram que a anemia por deficiência de ferro no Maranhão, no período de 10 anos, ocorreu predominantemente em pacientes em faixa etária adulta, do sexo feminino e pardos.




