HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO Grupo Pulsa/ES realiza, em média, 2.621 coletas de sangue total e 3.604 transfusões mensais, atendendo hospitais de alta complexidade e grande demanda transfusional. A gestão eficiente e segura dos estoques de hemocomponentes é essencial para garantir agilidade, reduzir desperdícios e manter a segurança transfusional. Este estudo teve como objetivo determinar o perfil ABO/Rh e fenotípico Rh/Kell dos doadores e correlacioná-lo com o volume transfusional, validando um modelo padronizado de estoque de concentrados de hemácias.
ObjetivosDeterminar o perfil ABO/Rh e fenotipagem Rh/Kell dos doadores no primeiro semestre de 2025, associando os dados ao volume transfusional e a implementação de estratégias para manejo seguro e eficiente dos estoques nas agências transfusionais.
Material e métodosEstudo retrospectivo com análise do banco de dados da operação no 1° semestre de 2025. Avaliaram-se: volume de coletas, descarte sorológico, perfil ABO/Rh e fenotipagem Rh/Kell de doadores (com foco nos grupos O e A), fenotipagem de pacientes, laudos de Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI) positivos em 2024 e solicitações de reposição de estoques atendidas/não atendidas. Com base no volume transfusional anual, foi definido estoque padronizado por agência, classificado em níveis ideal (15 dias), mínimo (10 dias) e crítico (5 dias), calculado a partir da média transfusional semanal, segregado por tipo sanguíneo e perfil (comum, deleucotizada, fenotipada).
ResultadosForam registradas 15.726 doações no período, com distribuição ABO/Rh: O+ (46,24%), O- (7,55%), A+ (28,07%), A- (4,80%), B+ (9,11%), B- (1,16%), AB+ (2,73%) e AB- (0,35%), e descarte sorológico de 2,45%. A fenotipagem dos doadores revelou diversidade de combinações Rh/Kell, priorizando perfis negativos para E, Cw e K. Em 280 amostras de pacientes PAI positivo, 59,64% dos anticorpos identificados foram contra antígenos Rh/Kell, com destaque para anti-E (16,42%), anti-D (16,07%) e anti-K (10,71%), os mais frequentes. O cruzamento entre perfis de doadores e pacientes permitiu direcionar fenotipagem e captação. A taxa geral de atendimento de solicitações de hemácias fenotipadas foi de 80%, 93% para bolsas comuns, alcançando 100% em grupos como AB+ e AB-. O modelo padronizado possibilitou melhor equilíbrio entre unidades, evitando falta e excesso de estoque.
Discussão e conclusãoA caracterização do perfil ABO/Rh e Rh/Kell dos doadores, associada à padronização dos estoques, mostrou-se eficaz para aumentar a segurança transfusional, além de otimizar recursos e manter a continuidade do cuidado. A predominância de O+ e A+ reforça estratégias direcionadas de fenotipagem e captação. A integração de dados de doadores e pacientes permitiu atendimento mais rápido e compatível a pacientes aloimunizados, reduzindo riscos e desperdícios. O modelo validado é aplicável a outros serviços hemoterápicos que busquem segurança, agilidade e sustentabilidade no atendimento transfusional.




