Compartilhar
Informação da revista
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 1828
Acesso de texto completo
ANÁLISE DA COMPATIBILIDADE ABO EM REAÇÕES TRANSFUSIONAIS DE PLAQUETAS
Visitas
42
CSR Araújoa, BA Machadoa, JS Palaoroa, MA Croceb, EM Pittb, LE Casanovab, JH Rodriguesb, KR Tirlonib, BD Silveirab, CM Winka
a Hospital São Vicente de Paulo, Serviço de Hemoterapia, Passo Fundo, RS, Brasil
b Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo (UPF), Passo Fundo, RS, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

Mais dados
Introdução

Plaquetas expressam antígenos ABO em sua superfície, que, quando incompatíveis com o receptor podem acelerar sua destruição e reduzir a eficácia da transfusão, além disso são coletadas em plasma que contém anticorpos anti-A e anti-B que podem causar hemólise no receptor. Além da questão da compatibilidade, a gestão de estoque de plaquetas é um grande desafio devido ao curto período de armazenamento deste componente.

Objetivos

Analisar o percentual de compatibilidade ABO nas transfusões de plaquetas envolvidas em Reação Transfusional (RT), bem como avaliar o tipo de incompatibilidade envolvida (maior, menor ou bidirecional).

Material e métodos

Foi realizada uma análise retrospectiva das RT relacionadas às transfusões de plaquetas no Serviço de Hemoterapia (SH) do Hospital São Vicente de Paulo ‒ Passo Fundo/RS/Brasil, no período de abril de 2024 a abril de 2025. Os tipos de componentes plaquetários transfundidos foram Pools de Plaquetas Desleucocitados (POCPD), produzidos através da metodologia de plasma rico em plaquetas ou ainda Coletados por Aférese (CPA) utilizando equipamento MCS ‒ Haemonetics. As RT foram registradas a partir da detecção pela equipe de enfermagem do SH ou pela equipe que acompanha o paciente, além da busca ativa realizada diariamente nos pacientes transfundidos no dia anterior. Os dados foram obtidos a partir dos formulários de registro de RT e inseridos em planilha de excel para análise.

Resultados

Foram registradas 36 RT em transfusões de plaquetas no período, sendo que destas, apenas 8 foram isogrupo, enquanto 28 foram não isogrupo. Quanto ao tipo de incompatibilidade, 8 eram bidirecional, 12 maior e 8 menor. Os componentes envolvidos foram 8 CPA, 24 POCPD e 1 unidade de plaqueta desleucocitada. Em relação ao tipo de reação transfusional, 21 foram reações alérgicas, 9 reações febris não-hemolíticas, 1 hipertensão e 5 outras reações/sintomas.

Discussão e conclusão

Estudo da hemorrede de Santa Catarina identificou 25,8% de frequência de transfusões não isogrupo, porém não observaram associação com a ocorrência de RT. Em nosso estudo avaliamos apenas a compatibilidade ABO dos componentes plaquetários envolvidos em RT, impossibilitando avaliar o percentual global de RT nas transfusões de plaquetas não isogrupo, porém, verificamos que a maior parte das reações ocorreram em transfusões não isogrupo. Malvik et. al., 2020 reportaram que a taxa de RT foi 1,5 a 2 vezes maior em transfusões de plaquetas ABO incompatíveis. Cheng et. al., 2024 demonstrou diferença estatisticamente significativa na efetividade da transfusão quando comparadas transfusões ABO-idênticas e não-idênticas, ocorreram mais reações adversas como febre e reações alérgicas em transfusões ABO não-idênticas, porém não houve diferença no incremento. Dunbar, 2020 reportou que nos EUA, aproximadamente 31% das transfusões de plaquetas apresentavam incompatibilidade maior e que estas resultam em menores incrementos, bem como na redução do intervalo entre as transfusões. Já a incompatibilidade menor, corresponde a 19%, sendo que de 2007 à 2017 houveram 6 desfechos fatais reportados ao FDA relacionados à hemólise por incompatibilidade menor em transfusão de plaquetas. Destacamos a importância de ações para otimização do estoque de plaquetas, para possibilitar diminuição das transfusões não isogrupo, e quando necessário, tomar medidas para mitigar o risco de hemólise e de reações adversas, além de melhorar e eficácia das transfusões de plaquetas.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas