HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA mucosite oral é uma das complicações mais frequentes e debilitantes em pacientes submetidos a terapias antineoplásicas intensivas, especialmente no contexto de leucemias agudas, linfomas e mieloma múltiplo. Caracteriza-se por inflamação e ulceração da mucosa oral, podendo evoluir para dor intensa, infecções oportunistas, hemorragias e comprometimento nutricional. Essa condição impacta significativamente a adesão ao tratamento, a comunicação, a alimentação e a qualidade de vida do paciente. Diante desse cenário, a abordagem multiprofissional, envolvendo enfermagem, odontologia, nutrição e equipe médica, torna-se fundamental para a prevenção, o diagnóstico precoce e o manejo eficaz da mucosite.
ObjetivosRevisar a literatura científica sobre a atuação multiprofissional na prevenção e manejo da mucosite oral em pacientes com doenças hematológicas submetidos a tratamento quimioterápico ou transplante de células-tronco hematopoiéticas, com foco na contribuição da enfermagem.
Material e métodosFoi realizada uma revisão narrativa da literatura nas bases PubMed, Embase e Scopus, utilizando os descritores: “mucosite oral”, “doenças hematológicas”, “cuidados multiprofissionais” e “prevenção de eventos adversos”, combinados pelos operadores booleanos AND e OR. Foram incluídos artigos publicados entre 2019 e 2024, nos idiomas português, inglês e espanhol.
Discussão e conclusãoA mucosite afeta até 80% dos pacientes hematológicos submetidos a protocolos de alta toxicidade, com pico de ocorrência entre o e o 14° dia do ciclo quimioterápico. A literatura aponta que a odontologia tem papel preventivo essencial, realizando avaliação bucal prévia e orientando a higiene oral. A enfermagem, por sua vez, é responsável pelo monitoramento contínuo da cavidade oral, identificando precocemente sinais de inflamação e ulceração. Suas intervenções incluem a aplicação de soluções tópicas, o manejo da dor por meio de analgésicos e a orientação detalhada do paciente e familiares sobre a higiene bucal adequada e a importância da notificação de sintomas. Além disso, o uso da laserterapia de baixa intensidade tem demonstrado bons resultados na redução da intensidade da mucosite. A atuação do nutricionista na adaptação da dieta complementa a assistência, evidenciando a necessidade de uma abordagem integrada. A contribuição da enfermagem é central, pois atua como elo entre as diversas especialidades, coordenando o cuidado e garantindo a adesão às medidas preventivas e terapêuticas. A vigilância constante e a educação do paciente realizadas pela enfermagem são cruciais para a minimização das complicações e a manutenção da qualidade de vida. A literatura aponta que estratégias multiprofissionais e colaborativas reduzem a gravidade da mucosite, evitam interrupções terapêuticas e melhoram os indicadores funcionais e emocionais dos pacientes, ressaltando a importância da sinergia entre as diferentes especialidades para otimizar os desfechos clínicos. A mucosite oral é uma condição multifatorial que exige uma abordagem ampla e colaborativa. A integração das diferentes áreas da equipe de saúde, com destaque para a atuação proativa da enfermagem, potencializa os resultados clínicos e humaniza o cuidado. Investir em protocolos assistenciais específicos, capacitação contínua e comunicação eficiente entre os profissionais é essencial para garantir segurança, adesão ao tratamento e melhor qualidade de vida ao paciente hematológico.




