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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
PREPARO DE COMPONENTE, ARMAZENAGEM E INATIVAÇÃO DE PATÓGENOSID – 1169
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A UTILIZAÇÃO DA LOGÍSTICA REVERSA COMO FERRAMENTA DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUE DE HEMOCOMPONENTES
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GS Beneventi, EM Taguchi, DDA de Paula, AJP Cortez, FRM Latini, CP Arnoni
Associação Beneficente de Coleta de Sangue (COLSAN), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

O gerenciamento eficiente de estoques de hemocomponentes em bancos de sangue que operam com agências transfusionais descentralizadas apresenta desafios logísticos significativos, sobretudo no controle da validade dos hemocomponentes. A Associação Beneficente de Coleta de Sangue (COLSAN), responsável pela operação de 61 agências transfusionais distribuídas pelo estado de São Paulo, enfrenta realidades operacionais distintas em função da complexidade assistencial de cada unidade. Nesse contexto, a logística reversa surge como uma alternativa estratégica para redistribuição de hemocomponentes, contribuindo para a racionalização dos estoques minimizando os desprezos.

Objetivos

Analisar a aplicação da logística reversa como estratégia de apoio ao gerenciamento de estoques de hemocomponentes em bancos de sangue, especialmente em agências transfusionais descentralizadas, visando a redução de desprezo por vencimento de hemocomponentes.

Material e métodos

A agência piloto na qual foi implementada a logística reversa está situada em um hospital obstétrico, no qual é necessário manter estoque mínimo de Concentrado de Hemácias (CH), porém o consumo reduzido impedia a adequação do volume estocado ao fluxo transfusional real. Com o intuito de mitigar o risco de vencimento dos hemocomponentes, a equipe de distribuição realizou um levantamento quantitativo das unidades com maior demanda que poderiam utilizar estes hemocomponentes. A análise apontou uma agência na zona leste da cidade de São Paulo com perfil de alta complexidade, elevado consumo e capacidade de absorção de bolsas adicionais. A partir de agosto de 2023, foi implantado um plano de remanejamento de hemocomponentes entre as duas agências, com o envolvimento coordenado dos setores de distribuição, processamento e logística. O cronograma de abastecimento foi ajustado para possibilitar a retirada simultânea de estoques nas duas agências uma vez por semana, aproveitando rotas logísticas existentes e otimização de recursos. Foi estabelecido um fluxo de comunicação padronizado com critérios de aceite que incluíam: validade mínima de 10 dias e análise da previsão de uso conforme a rotina transfusional da unidade. A eficácia da logística reversa foi mensurada através da avaliação da taxa de desprezo de CH nas duas agências envolvidas e necessidade de acionamento extra do transporte.

Resultados

Observamos uma redução expressiva nos índices de descarte na unidade com perfil obstétrico. Em 2023, essa unidade apresentava uma média mensal de 47,3% de descarte de CH e após a implementação da estratégia de remanejamento, esse percentual foi reduzido para 5,3% em 2024. A agência de destino das hemácias remanejadas manteve estáveis seus índices de descarte. Todos os transportes envolvidos nestes remanejamentos fizeram parte do cronograma já estabelecido pelo setor de logística da instituição, não ocorrendo acionamento extra do transporte.

Discussão e conclusão

A implementação da logística reversa como estratégia de gerenciamento de estoques de hemocomponentes mostrou-se uma abordagem eficiente e viável para reduzir o desprezo por vencimento em bancos de sangue com agências transfusionais descentralizadas sem afetar a segurança transfusional. Assim, a logística reversa é uma ferramenta estratégica que pode ser ampliada e adaptada para outros contextos, promovendo uma gestão mais eficiente e sustentável dos estoques de hemocomponentes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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