HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) representa uma oportunidade de articulação e fortalecimento do processo ensino-serviço-comunidade, de forma integrada entre Sistema Único de Saúde (SUS) e Instituições de Ensino Superior (IES). Em sua 11ª edição, trouxe equidade como temática central, e um dos eixos estruturantes: raça/cor/etnia, tendo em vista as iniquidades estru°turais no sistema de saúde referente à população negra, com destaque às condições de saúde mais prevalentes nesta população que é a Doença Falciforme (DF). Essa população sofre, historicamente, processo de racismo estrutural, com dificuldade no acesso aos serviços de saúde.
ObjetivosDescrever a experiência de integrantes do PET-Saúde: Equidade na Atenção Primária à Saúde (APS) sobre reflexões do cuidado à saúde da população negra com DF e possíveis evidências do racismo institucional na saúde disposto na literatura.
Material e métodosRelato de experiência sobre vivência de integrantes do programa, no período de agosto de 2024 a julho de 2025, em uma unidade de saúde da família de um município baiano. As atividades incluíram estudo dirigido sobre Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) e ênfase nas doenças mais prevalentes, que afetam de forma mais específica as pessoas negras e destaque para a DF. As ações incluíram rodas de conversa, entrega de material informativo e reuniões com grupo tutorial, direcionadas aos trabalhadores do serviço de saúde e à comunidade da unidade.
ResultadosAs atividades possibilitaram aos participantes compreender as diretrizes da PNSIPN e compará-las à realidade local, evidenciando grande disparidade disposto na literatura, que o racismo é invisível no país, assim como as doenças que afetam de forma mais prevalente à população negra. Utilizou-se rodas de conversa e ações de saúde para socialização da temática. Como ação, destaca-se “Novembro Negro” realizado na unidade, que enfatizou impacto da doença e enfrentamento do racismo institucional como um obstáculo ao cuidado. Observou-se maior sensibilização das equipes, reconhecimento das questões étnico-raciais como determinantes do cuidado e aprimoramento das estratégias de acolhimento, com vistas a melhorar o acesso à informação e aos serviços disponíveis para esta população.
DiscussãoA abordagem da DF no contexto da PNSIPN favoreceu aprofundamento técnico-científico e promoveu reflexão sobre as barreiras de acesso aos serviços e cuidado enfrentadas pela população negra, principalmente devido à alta incidência na Bahia. Rodas de conversa e ações educativas estimulam diálogo entre equipes de saúde, usuários e estudantes, fortalecendo a sensibilização sobre racismo institucional e seus impactos na assistência.
ConclusãoA experiência evidenciou que ações educativas permanentes podem transformar práticas, promovendo condutas mais acolhedoras e inclusivas. A articulação entre ensino e serviço é uma ferramenta potente para promover a sensibilização sobre iniquidades raciais em saúde, especialmente no cuidado à população negra com DF; reconhecimento das questões étnico-raciais como determinantes da assistência à saúde e iniciativas que reforçam políticas públicas efetivas para fortalecimento da PNSIPN e garantia de cuidado integral, equânime e livre de preconceitos.




