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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S684 (Outubro 2022)
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VACINA SARSCOV-2 PFIZER/BIONTECH PRECIPITANDO AGUDIZAÇÃO DE TROMBOCITOPENIA IMUNE
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ASH Gallotti, ERM Neri, MM Garcia, NN Kloster, ACP Silva, CM Freitas, P Vicari, VLP Figueiredo
Serviço de Hematologia do Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil
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Introdução

Trombocitopenia Imune (PTI) é uma doença mediada por auto anticorpos contra glicoproteínas na membrana das plaquetas causando sua destruição, associada à inibição da função dos megacariócitos. A PTI pode ser primária ou secundária a doenças autoimunes, doenças linfoproliferativas, infecção, medicamentos e imunização. Existem descrições de vacinas contra Hepatite B, Influenza e até mesmo contra o coronavírus, desencadeando quadros de trombocitopenia imune. Entretanto, há poucos casos descritos até o momento de agudização da PTI após esta vacinação, bem como não existe contraindicação para seu uso nesta população de pacientes.

Objetivo

Relatar caso raro de vacina contra SARS-CoV-2 precipitando reagudização da PTI.

Relato de caso

Mulher de 50 anos com PTI há 28 anos, esplenectomizada há 17 anos por corticodependência. Apesar da esplenectomia, a paciente apresenta quadros esporádicos de reagudização após infecções, sempre controlados satisfatoriamente com uso de corticóide. Recebeu previamente duas doses da vacina da COVID (Coronavac), sendo liberada em consulta de rotina para tomar a 3ª dose da vacina, na ocasião com dosagem de plaquetas de 225 mil/mm3. Após 4 dias deste exame recebeu a vacina Pfizer, evoluindo no 1° dia com petéquias em membros inferiores e cavidade oral. Três dias após a vacinação procurou atendimento médico, apresentando ao hemograma plaquetas 4.000 mil/mm3. Paciente foi tratada com pulso de metilprednisolona 1g/dia por 3 dias atingindo plaquetas 216 mil/mm3 após 4 dias, mantendo-se com plaquetometria normal até o momento, 6 meses após o presente relato.

Discussão

Assim como outros casos de infecções virais associados à etiologia da trombocitopenia imune, acredita-se que o fenômeno possa ser atribuído tanto pelo mimetismo molecular quanto pela resposta imune gerada. Estudos mostraram que 13,7% dos pacientes com PTI recaíram a doença após a vacina da COVID-19. Entretanto, não existem referências quanto ao tipo de vacina realizada. Todos os casos descritos foram transitórios e com boa resposta à terapia padrão, assim como a paciente deste relato. Devido a isso, a contagem de plaquetas deve ser monitorada antes e após a vacinação, independente do componente vacinal, e até então, não é contra indicada para pacientes portadores de PTI.

Conclusão

Assim, o presente relato sugere que a vacina propiciou recaída da PTI, visto que a doença estava estável, sem ser observado outro fator desencadeante. Após revisão na literatura, pode ser observado casos semelhantes. Porém, ainda faltam dados para comprovação desta associação, além de estabelecer o melhor esquema vacinal a ser realizado nos portadores de PTI.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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