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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S947 (Outubro 2023)
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TOXICIDADE DA HIDROXIUREIA NO TRATAMENTO DA ANEMIA FALCIFORME
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JVA Duartea, CASA Dalvaa, NMP Limaa, LVM Fernandesa, ALA Cunhaa, ALS Oliveiraa, VBG Praxedesa, PRB Menezesa, IR Cavalcantea, FB Duarteb
a Faculdade CHRISTUS, Fortaleza, CE, Brasil
b Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
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Introdução

A anemia falciforme é uma afecção hereditária caracterizada pela elevada taxa de morbimortalidade, sendo a mais severa entre as patologias falciformes. As alternativas terapêuticas mais eficazes atualmente disponíveis para o tratamento dessa hemoglobinopatia consistem no transplante de medula óssea (TMO) e na hidroxiureia (HU). A utilização de HU no tratamento de anemia falciforme tem induzido à redução de complicações clínicas e ao aumento na expectativa de vida. Assim, a HU é reconhecida como a opção terapêutica mais vantajosa atualmente disponível. Contudo, em virtude de ser apontada como uma substância potencialmente carcinogênica, surgem questionamentos a respeito dos benefícios e toxicidades quando administrada em longo prazo. Este estudo teve como propósito a avaliação, por meio de uma revisão bibliográfica, dos riscos, benefícios e efeitos adversos da hidroxiureia.

Metodologia

Trata-se de uma revisão sistemática feita com base na literatura médica disponível, identificados pela busca em plataformas como Pubmed, Google Scholar e Scielo. Foram incluídos artigos, revisões sistemáticas e estudos controlados e randomizados, todos em suas versões originais em inglês e português.

Resultados

Os estudos incluídos na pesquisa abordaram sobre o tratamento da anemia falciforme com a hidroxiureia. De acordo com Lorenzi, depois de 17 anos de uso da hidroxiureia, os pacientes experimentaram significativa redução nos quadros de complicações crônicas e agudas dessa doença, melhorando assim a qualidade e expectativa de vida dos pacientes. Quanto aos efeitos adversos, a HU pode acarretar náuseas, dor de cabeça, dor no abdômen, sonolência, tonturas e convulsões. Além disso, em casos mais graves, pode ocasionar diminuição na produção de células da medula óssea e infertilidade.

Discussão

A hidroxiureia (HU) é um quimioterápico administrado na forma oral, que induz a redução no número de neutrófilos, a diminuição da expressão de moléculas de adesão aos eritrócitos e a biodisponibilidade do óxido nítrico, o que estimula a produção de hemoglobina fetal (HbF), reduzindo sintomas e mortalidade. Após ser metabolizada no fígado, a hidroxiureia é transformada em NO. Isso resulta nos efeitos positivos do medicamento, os quais constituem a redução das crises de dor e das transfusões. Esse incremento à concentração de HbF resulta na redução da hemólise e na adesão de células sanguíneas ao endotélio vascular, o que contribui para a mitigação de complicações inflamatórias. No entanto, a HU pode acarretar reações adversas, tais como mielossupressão, pancitopenia, distúrbios gastrointestinais, aumento de úlceras nos membros inferiores, enxaqueca e erupções cutâneas, além de apresentar potencial teratogênico. A mielotoxicidade se configura como o efeito adverso mais importante, podendo acarretar uma grave diminuição dos níveis de hemoglobina (Hb < 6,0g/dL), neutrófilos (NE < 2.000/μL) e plaquetas (Pl < 80.000/μL). Quando esses limiares são atingidos, a terapia com HU é interrompida e reiniciada com uma dosagem menor.

Conclusão

Os resultados dos estudos demonstraram a eficácia da hidroxiureia no tratamento dos pacientes com anemia falciforme. Quanto à toxicidade, existem variações de leve a grave estando relacionada com aumento da dose deste medicamento, sendo importante estabelecer um protocolo individual para realizar o acompanhamento clínico e laboratorial antes e durante o uso do medicamento.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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