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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S404 (Outubro 2021)
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SÍNDROME DE HIPER-HEMÓLISE PÓS TRANSFUSIONAL EM PACIENTES COM DOENÇA FALCIFORME: DIFICULDADES ENCONTRADAS
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2055
LR Lima, KMF Silva, SB Andrade
Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (HEMOPE), Recife, PE, Brasil
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Este estudo teve como objetivo abordar a síndrome de hiper-hemólise (SHH) pós-transfusional em pacientes de doença Falciforme através de revisão de literatura. A gravidade das manifestações clínicas da doença falciforme é atribuída às diferentes concentrações de hemoglobina fetal (HbF) associadas aos haplótipos da hemoglobina S (HbS). A terapêutica transfusional com concentrado de hemácias é uma prática comum no tratamento e prevenção de complicações. O principal objetivo da transfusão é melhorar a capacidade de transporte de oxigênio e o fluxo de sangue na microcirculação, tanto pela diminuição na porcentagem de hemoglobina S (HbS) quanto pelo aumento no nível do hematócrito. Em virtude da elevada frequência de transfusões a que esses pacientes são submetidos, é importante o conhecimento das principais reações envolvidas e o diagnóstico adequado das complicações decorrentes da terapia transfusional. A síndrome de hiperhemólise é uma forma atípica de reação transfusional, foi descrita com uma frequência de 4% em pacientes com anemia falciforme após transfusão de hemácias aparentemente compatíveis. É um quadro raro e grave caracterizado por queda da hemoglobina após a transfusão, atingindo valor inferior ao pré-transfusional. Ocorre hemólise não só das hemácias transfundidas, como também de hemácias autólogas. Espera-se não apenas anticorpos antieritrocitários, como também anticorpos anti-HLA ou voltados contra proteínas heterólogas, ativem o complemento que leva à hemólise. Um dos mecanismos propostos para a hemólise autóloga baseia-se no desenvolvimento, ou aumento, de autoanticorpos circulantes, resultante de estímulos transfusionais prévios. Apesar da fisiopatologia ser pouco esclarecida, a síndrome pode ser classificada como aguda ou tardia. Na primeira forma, a hemólise tem início com menos de 7 dias após a transfusão e normalmente não é encontrado nenhum novo anticorpo irregular antieritrocitário no soro do paciente,como teste direto da antiglobulina positivo. Nos casos tardios é frequente a detecção de um novo aloanticorpo relacionado ao evento. O tratamento consiste na suspensão da transfusão, corticoterapia e/ou administração de imunoglobulina, evitando novas transfusões. Uma problemática enfrentada é o não reconhecimento do evento e, consequente, terapêutica inapropriada, acarretando risco de morte. Uma queixa geralmente presente nos pacientes são episódios de crise dolorosa que têm início ou intensificação após a transfusão de concentrado de hemácias, porém pode ser interpretada como consequência de vaso-oclusão sem relação com a transfusão. Outra dificuldade enfrentada é o diagnóstico laboratorial, pois a prova cruzada é compatível e a pesquisa de anticorpos irregulares negativa ou se respeita o fenótipo dos anticorpos, o Coombs direto pós transfusional geralmente é negativo. O ensaio de monocamada de monocitos (Monocyte Monolayer Assay – MMA) é indicada para quando a reação de hemólise não pode ser atribuída à aloanticorpos. É uma técnica laboratorial que mimetizan o clearance de hemácias no sistema reticulo endotelial (SRE). Com essa técnica é possível evidenciar fagocitose signicativa dos eritrócitos transfundidos ou predizer a porcentagem de hemácias alogênicas que sofrerão fagocitose. Esta técnica ainda é pouco disponível nos serviços de terapia transfusional, o que alerta para necessidade de atualizações e treinamentos que possam inserir a técnica na gama de testes laboratoriais.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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