O presente estudo tem como objetivo analisar a adesão dos pacientes com doença falciforme, na faixa etária entre 18 e 23 anos, nas consultas multiprofissionais no ambulatório do Hemorio.

Trata-se de um estudo observacional com análise quantitativa de uma população. No período realizado em um Instituto Estadual de referência em Hematologia e Hemoterapia, localizado na cidade do Rio de Janeiro. Participaram deste estudo adultos jovens com doença falciforme, matriculados nesta referida unidade, de ambos os sexos, na faixa etária entre 18 e 23 anos. Os pacientes foram captados na consulta com o médico hematologista e encaminhados aos profissionais da equipe multidisciplinar. Com a enfermagem, para receber o kit do autocuidado e orientações educacionais sobre a transmissão genética, dor domiciliar e infecções sexualmente transmissíveis, com o serviço social, para orientações sobre os direitos e deveres dos portadores de doença falciforme, com a odontologia para receber orientações da saúde bucal e com a psicologia para orientações educacionais relacionados à saúde mental. No Hemorio, a transição do médico hematologista pediátrico para o hematologista clínico ocorre aos 18 anos; isso justifica a faixa etária selecionada, corroborando com a ênfase necessária às questões educacionais nessa faixa etária dos pacientes. O período da avaliação foi de 1 ano, entre 25/4/2022 e 25/4/2023. Nesse período foi criada uma planilha onde cada profissional inseria a presença do paciente na respectiva consulta.

Foram encaminhados pela médica hematologista um total de 120 pacientes para as especialidades. Os números de participantes e a porcentagem de adesão às consultas multiprofissionais foram: enfermagem 27 pacientes (22,5%), psicologia 18 pacientes (15%), serviço social 24 pacientes (20%) e odontologia 27 pacientes (22,5%).

Observou-se um alto índice de absenteísmo e foram pensadas estratégias que necessitam ser implementadas para a melhora desses índices. Implementação do SMS, para aviso da consulta e exame, como aconteceu em 2018; orientações aos médicos hematologistas da existência deste grupo multidisciplinar e de como os pacientes são encaminhadas a esta equipe multidisciplinar; otimização das agendas, com essas consultas marcadas no mesmo dia da consulta com o hematologista; realização dos relatórios para a liberação dos vales transportes, que é uma barreira importante do absenteísmo nas consultas e exames.

O alto índice de absenteísmo reforça a necessidade da continuidade e perseverança deste tipo de abordagem, onde um trabalho de conscientização e institucionalização do projeto deve ser feito com a equipe multiprofissional com ênfase ao profissional médico por ser esse o primeiro a receber o paciente e com isso proceder ao encaminhamento à equipe multiprofissional.