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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S557-S558 (Outubro 2023)
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RELATO DE CASO: TROMBOSE POR PEG-ASPARAGINASE EM PACIENTE COM LINFOMA LINFOBLÁSTICO DE CÉLULAS T
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BK Loscha, FK Tornquista, EW Silvaa, TS Hahna, AH Schucka, MFL Pezzia, LV Calderana, LM Lorenzinia, ACF Segattob
a Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, RS, Brasil
b Hospital Geral de Caxias do Sul, Caxias do Sul, RS, Brasil
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Introdução

A PEG-Asparaginase (PEG-A) está presente em protocolos quimioterápicos de diversas doenças linfoproliferativas, sendo considerado um tratamento agressivo e com múltiplos efeitos colaterais, inclusive a trombose.

Objetivo

Relatar caso clínico de trombose por asparaginase em paciente pediátrico com Linfoma linfoblástico de células-T com acometimento de sistema nervoso central.

Relato de Caso

Menino, 6 anos, previamente hígido, encaminhado para hospital terciário devido linfonodomegalia cervical de surgimento recente, associado à cefaléia, inapetência e perda de 7 kg desde o surgimento das linfonodomegalias. Os exames complementares mostraram, além da linfonodomegalia em região cervical, um alargamento do mediastino sendo sugestivo de doença linfoproliferativa. Dessa forma, optou-se por realizar biópsia de linfonodo cervical, a qual evidenciou Linfoma Linfoblástico T (LLB T), demais exames de estadiamento identificaram acometimento da medula óssea, mas com sistema nervoso central negativo e cariótipo normal. Iniciado protocolo BFM 2009, havendo medulograma negativo no D8 de indução, porém, evoluiu com episódio convulsivo, em investigação apresentou tomografia de crânio normal e presença de blastos em líquor. Seguiu o tratamento e, no dia seguinte após aplicação de PEG-asparaginase, iniciou com dor em membro inferior direito, associado a edema, assim, foi realizado ecodoppler evidenciando trombose de veias ilíacas externa, comum e femoral direitas, sendo utilizado heparina de baixo peso molecular em dose plena com resolução completa do quadro. Entretanto, após o bloco HR2, paciente evolui com pancitopenia febril e diarreia sanguinolenta, sendo internado em regime de cuidados intensivos, progredindo com choque séptico refratário a drogas vasoativas associado a lesão renal aguda e coagulação intravascular disseminada, evoluindo a óbito.

Discussão

O LLB T é o segundo linfoma mais comum na infância, usualmente se apresentando com linfonodomegalias cervicais e/ou massas mediastinais. A maioria desses pacientes apresentam acometimento medular ao longo do tratamento, podendo ser considerado leucemia linfoblástica aguda quando houver mais de 20% da medula acometida por blastos. Quanto ao tratamento, atualmente a PEG-Asparaginase tomou o lugar da L-Asparaginase (L-ASP), visto que está possui maior índice de reações adversas. A PEG-A é comumente utilizada em combinação com outros quimioterápicos em esquemas para o tratamento da LLB T. Um dos principais eventos adversos associado à droga é a trombose, especialmente trombose venosa profunda ou trombose de seio venoso em sistema nervoso central, a fisiopatologia dos eventos trombóticos é explicada pela diminuição dos valores de antitrombina 3 causados pelo fármaco em questão. Ademais, uma consideração importante é que a corticoterapia associada à PEG-A potencializa o efeito trombogênico. Outras consequências graves que podem decorrer da medicação são anafilaxia, hemorragias, pancreatite aguda e acidentes vasculares encefálicos. Conclusão: Por conseguinte, sempre devemos levar em consideração os efeitos adversos das terapias oncológicas, visto que suas elevadas toxicidades podem ser fatais aos pacientes. Quanto aos eventos trombóticos causados pela PEG-A não há indicação de anticoagulação profilática nesses pacientes, devendo ser observado atentamente para um diagnóstico e tratamento precoce.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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