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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S651 (Outubro 2022)
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PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA TROMBÓTICA ASSOCIADA À COVID-19: CORRELAÇÕES E TRATAMENTOS
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389
GWC Linhares, LS Gurgel, ARJ Parente, TR Carvalho, GHO Trévia, GB Lima, CB Sousa, JA Santiago-Neto, CH Lopes, FWRD Santos
Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Fortaleza, CE, Brasil
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Vol. 44. Núm S2
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Objetivos

Levantar os principais achados acerca da possível associação entre a infecção pelo SARS-CoV-2 e a manifestação de Púrpura Trombocitopênica Trombótica, compilando as complexidades do quadro e as dificuldades dos tratamentos mais evidenciados na literatura.

Material e Métodos

Trata-se de uma revisão de literatura realizada pela análise de seis artigos publicados entre 2020 e 2021, nas línguas portuguesa e inglesa obtidos através das bases de dados PubMed e Science Direct. Os descritores utilizados na pesquisa estão de acordo com o Sistema de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e são respectivamente “COVID-19”e “Púrpura Trombocitopênica Trombótica”.

Resultados

Foram analisados seis relatos de caso que exemplificam a relação entre a COVID-19 e a Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT). Especula-se que infecções agudas, como as causadas pelo coronavírus, engatilhem uma depleção da protease de clivagem do fator de von Willebrand, o ADAMTS13, por mecanismos fisiopatológicos ainda não robustamente estabelecidos. De fato, já foram registrados casos de PTT após a exposição viral pela vacinação contra a COVID-19. O manejo desses pacientes é muitas vezes difícil visto que sintomas da PTT ‒ piora da função renal, febre, alterações no nível de consciência e trombocitopenia ‒ também são encontrados em quadros de COVID-19; essa sobreposição fisiopatológica estorva o reconhecimento diagnóstico da PTT, comprometendo a adoção rápida e eficiente de condutas terapêuticas para tratar o quadro. É válido mencionar a suposição de que a COVID-19 possa prolongar a duração do tratamento de PTT, favorecendo a progressão da doença. É pertinente ressaltar a importância do diagnóstico precoce da PTT já que, sem tratamento adequado, está associada a altas taxas de mortalidade. Dessa forma, o estudo dos tratamentos da PTT associada à COVID-19 fazem-se essenciais, apesar de ainda relativamente escassos. Houve consenso dos trabalhos estudados acerca da plasmaférese terapêutica diária, primeira linha de tratamento para o quadro. Alguns deles, adicionalmente à plasmaférese, encaminharam a administração de moduladores imunológicos como imunoglobulina endovenosa. Contudo, os artigos teceram discrepâncias quanto à necessidade de corticoterapia, recomendada e bem-sucedida de acordo com a maioria dos estudos, que relataram evolução favorável mediante o pulso de corticoides. Um deles ainda exaltou a eficácia da infusão de plasma fresco congelado.

Discussão

Perante o exposto, observa-se que a infecção pelo SARS-CoV-2 possui relação notória com a PTT, o que tanto retarda como dificulta seu tratamento. Sofre-se com a carência de estudos concretos que possam contribuir para a formulação de uma abordagem sistemática e comprovadamente eficiente para a esquematização do diagnóstico da PTT durante a COVID-19. Quanto ao tratamento, há bons resultados com plasmaférese e a administração de moduladores imunológicos.

Conclusão

Pode-se observar que a PTT é um importante fator de piora da COVID-19, tanto pelas adversidades encontradas no diagnóstico do quadro clínico ‒ que ocorre frequentemente de forma tardia - quanto pela escassez de conhecimentos acerca dos tratamentos. O progresso científico em relação ao tema há de trazer não só esclarecimentos aos profissionais da saúde quanto ao manejo dessas configurações patológicas complexas, como também o estabelecimento de um cuidado mais adequado e preciso para os pacientes acometidos.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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