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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S352-S353 (Outubro 2021)
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PREVALÊNCIA DE HEMOGLOBINAS VARIANTES S E C EM DOADORES DE SANGUE DO HEMOCENTRO RECIFE ENTRE 2018 E 2020
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1292
LR Limaa,b, SB Andradea, DN Amaralb, MSS Cardeala,b, KMF Silvaa,b
a Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (HEMOPE), Recife, PE, Brasil
b Centro de Capacitação Educacional Educação em Saúde, Brasil
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Este estudo teve como objetivo constatar e acompanhar a prevalência das hemoglobinas variantes S e C em doadores de sangue do Hemope Recife entre os anos de 2018 e 2020. Foi realizado um estudo epidemiológico do tipo seccional, retrospectivo, utilizando de estatística descritiva. A análise das hemoglobinas foi realizada por cromatografia líquida de alta performance (HPLC), em equipamento totalmente automatizado, Bio Rad. Hemoglobinopatia é a doença autossômica recessiva mais comum no mundo, originada por alterações nas moléculas de hemoglobinas humanas. Se a mutação afetar a expressão da cadeia linear de aminoácidos da globina e provocar deformidades na estrutura da hemoglobina, esta será classificada como hemoglobina variante. Os portadores heterozigotos de hemoglobina S ou hemoglobina C são geralmente saudáveis, porém os filhos de casais onde ambos apresentam o traço de uma dessas hemoglobinas anormais tem chance de serem indivíduos homozigotos, o que repercute em doença propriamente dita. Aspectos genéticos ligados à diversidade de hemoglobinas, assim como outros fatores têm sido apontados para explicar a multiplicidade de sintomas e manifestações clínicas apresentadas pelos portadores homozigóticos. Tais manifestações decorrem dos desequilíbrios moleculares causados pela presença da Hb S, Hb C ou outras variantes menos frequentes. A legislação hemoterápica vigente preconiza que seja realizada pesquisa de hemoglobina variante S em todos os doadores de primeira doação, visto que alguns pacientes não podem receber hemácias com esta variante, porém a metodologia aplicada admite identificação de outras variantes, especialmente a Hb C, o que possibilita uma avaliação global da disseminação destas hemoglobinas anômalas. No ano de 2018, das 29.764 amostras, 902 (3%) apresentavam a variante S e 178 (0,06%) positivaram para variante C. Em 2019 foram processadas 28.149 amostras, destas, 898 (3%) apresentaram hemoglobina AS e 166 (0,06%) foram hemoglobina AC. No ano seguinte, 2020, das 16.327 amostras analisadas, 526 (3%) apresentou hemoglobina S enquanto 128 (0,08%) hemoglobina C. Os resultados mostram uma estabilidade no percentual de positividade das variantes, com um leve aumento da variante C em 2020, quando comparado a 2018 e 2019. O conhecimento destes números permite conhecer a disseminação das principais hemoglobinas variantes na capital do Estado de Pernambuco, o que alarma a necessidade de políticas públicas voltadas à esse público, como o aconselhamento genético para prevenir ou diagnosticar precocemente novos casos e maior disponibilidade de exames diagnósticos. No que concerne à hemoterapia, a acompanhamento dessas prevalências possibilita o planejamento estratégico das instituições e o acerto na tomada de decisões. Apesar de ser relevante para os pacientes que receberão os concentrados de hemácias, o conhecimento dos doadores como portadores das variantes é sugerido na portaria vigente, o que exige da instituição uma organização nos fluxos de atendimento ao doador para receber este público.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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