Compartilhar
Informação da revista
Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S513 (Outubro 2021)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S513 (Outubro 2021)
Open Access
PERFIL LINFOCITÁRIO EM PACIENTES INTERNADOS COM COVID-19 DE GRAU SEVERO E NÃO SEVERO
Visitas
1261
MP Garcia, MG Farias, AD Machado, VM Pscheidt, MP Barbieri, AP Alegretti, RM Xavier
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, RS, Brasil
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 43. Núm S1
Mais dados
Introdução

O novo coronavírus, SARS-CoV-2, causador da doença COVID-19, foi detectado em 31 de dezembro de 2019 em Wuhan, na China. A COVID-19 apresenta alta morbidade e mortalidade, e aproximadamente 15% dos casos confirmados progridem para fase severa da doença. A síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e a falência múltipla de órgãos são as principais causas de morte pela COVID-19, provocadas pela resposta inflamatória sistêmica descontrolada. Estudos recentes sugerem que pacientes com COVID-19 internados em UTI apresentaram contagens reduzidas de linfócitos TCD4 e TCD8, mas ainda não está clara a relação das demais células como preditoras de gravidade da doença.

Objetivo

Avaliar possíveis diferenças no perfil linfocitário de pacientes positivos para COVID-19 com quadro  severo e  não severo da doença.

Material e métodos

Pacientes admitidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) entre junho/2020 e maio/2021 foram divididos em dois grupos quanto à severidade da COVID-19; grupo severo (GS): saturação de SpO2 < 93% em ar ambiente e/ou aumento da frequência respiratória > 30 batimentos/min e/ou relação PaO2/FiO2 ≤ 300 mmHg e grupo não severo (GNS): pacientes que não se enquadraram nesses critérios. A análise imunofenotípica da população linfocitária foi realizada na amostra de sangue periférico do hemograma no momento da admissão dos pacientes com resultado de RT-PCR positivo para o vírus. Foram adquiridos 100.000 eventos na região dos linfócitos no citômetro de fluxo FACSCanto II®. A aquisição foi realizada no software FACSDiva e os dados analisados no software Infinicyt TM 2.0. Foi utilizada plataforma dupla para a obtenção de valores absolutos das células, a partir da contagem de leucócitos.

Resultados

Foram incluídos no estudo 72 indivíduos, com média de idade de 60,2 anos (25-94), desses, 39 foram do sexo masculino (54,2%). Foram incluídos 25 (18%) pacientes no GNS e 47 (82%) no GS. Em relação ao GNS, o GS apresentou um aumento na contagem de neutrófilos/μL (P = 0,002) e na relação neutrófilos/linfócitos (P < 0,001); além disso, apresentou diminuição na contagem de linfócitos/μL totais (P = 0,043). Quanto às subpopulações linfocitárias, as contagens de células CD3/μL (P = 0,020), CD8/μL (P = 0,020) e NK/μL (P = 0,029) encontraram-se diminuídas, assim como das células TCD4/μL de memória central (P = 0,047), memória efetora (P = 0,020), e TCD8/μL de memória central (P = 0,002), memória efetora (P = 0,013) e efetora tardia (P = 0,032). Não foram encontradas diferenças significativas na contagem de CD4/μL, nem de linfócitos B entre os dois grupos.

Discussão

Sabe-se que os linfócitos TCD8 desempenham função importante no clearance viral, sendo capazes de secretar moléculas como perforina, granzimas e IFN-γ. A redução dos linfócitos tem sido explicada tanto pela ação direta do vírus, como pela redistribuição das células para os órgãos alvo. Nossos resultados confirmaram a redução do número de linfócitos TCD8 e do número de células NK no grupo de indivíduos com a forma severa da COVID-19, o que sugere que a resposta imune contra as infecções virais depende da ativação de linfócitos TCD8 e que isto é crítico para a recuperação dos pacientes. Entretanto, outros estudos avaliando marcadores de ativação celular e em demais amostras, como lavado broncoalveolar, são necessários para confirmar esses achados.

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas