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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S606 (Outubro 2023)
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HEMOTERAPIAAFÉRESE
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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES SUBMETIDOS À PLASMAFÉRESE EM HOSPITAL DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA DE PERNAMBUCO
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LFE Costa, AN Machado, LMS Sitcovsky
Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (HEMOPE), Recife, PE, Brasil
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Objetivos

Caracterizar o perfil epidemiológico dos pacientes submetidos à Plasmaférese Terapêutica (PT) em hospital de hematologia e hemoterapia de Pernambuco.

Métodos

Através de um estudo descritivo retrospectivo de revisão de prontuários, analisou-se no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2022, o quantitativo de pacientes submetidos à plasmaférese, sexo, idade, diagnóstico, número de sessões e ciclos terapêuticos.

Resultados

Durante o período do estudo, 206 pacientes submeteram-se à PT, desses 64,35% mulheres, observando-se idade média de 37,96 anos, mediana de 38 anos, variação etária de 10 a 72 anos e desvio-padrão de 14,17. Dez pacientes (4,85%) não finalizaram o tratamento proposto: 2 tiveram diagnósticos de Púrpura Trombótica Trombocitopênica (PTT) revisados, para síndrome de Evans e infiltração medular neoplásica, 3 interromperam a terapêutica por infecções, 1 por evasão, 2 não dispunham de motivo em prontuário e 2 foram a óbito por PTT. Realizou-se um total de 1.295 sessões em 233 ciclos terapêuticos, sendo 11,58% desses em recidivas clínicas, e constatou-se média de 6,47 sessões por ciclo completo. A PT foi empregada em 17 condições, sendo a neuromielite óptica a principal, diagnosticada em 31,06% dos pacientes, seguida por: rejeição de transplante renal (26,21%), esta com o maior percentual do total de sessões (27,89%); PTT (12,62%), com a maior média de sessões por doente (10,28) e maior número de sessões em um ciclo (24); Glomeruloesclerose Segmentar Focal (GESF) recorrente no transplante renal (7,2%), apresentou o maior percentual de repetição da PT (31,25%); mielites (3,8%); esclerose múltipla (3,39%); síndrome de hiperviscosidade (2,91%), teve média de uma sessão por ciclo; síndrome de Guillain-Barré (2,42%); síndrome hemolítico-urêmica (1,94%); crioglobulinemia (0,48%); granulomatose de Wegener (0,48%); neuromiotonia autoimune (0,48%); espondilite anquilosante (0,48%); polirradiculoneurite (0,48%); síndrome de Miller-Fisher (0,48%); encefalite autoimune (0,48%); e polineuropatia inflamatória desmielinizante crônica (0,48%).

Discussão

A PT é indicada em diversas condições clínicas e, devido a essa pluralidade etiológica, houve grande variabilidade nos dados coletados: diferença de 62 anos entre a menor e maior idade dos pacientes, predomínio do sexo feminino e variação de 1 a 24 sessões nos ciclos concluídos. Notou-se que apesar do maior percentual de pacientes com doenças neurológicas (43,2%), 39,9% dos ciclos foram realizados em pacientes com transplante renal, tendo esse grupo necessitado de mais ciclos terapêuticos que os demais. Diante dos óbitos verificados, evidencia-se a gravidade da PTT, patologia que demandou mais sessões por paciente, pois nesses casos a suspensão da PT depende da evolução laboratorial do paciente e não está atrelada a um número predeterminado de sessões.

Conclusão

Constatou-se o predomínio de pacientes com doenças neurológicas, porém as condições relacionadas ao transplante renal necessitaram de mais ciclos terapêuticos que a média. Devido a morbimortalidade das afecções avaliadas, a manutenção de uma equipe dedicada à PT e uma rede de comunicação com os serviços solicitantes devem ser estimulados para prover um acesso rápido e racional ao procedimento. A diversidade de patologias levou à heterogeneidade dos dados coletados, sendo necessários novos estudos epidemiológicos com foco sistêmico e análise da eficácia da PT, especialmente em pacientes submetidos a múltiplos ciclos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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