A Leucemia Linfóide (LL) é um câncer que apresenta alteração na medula óssea acarretando a produção exagerada de células da linhagem linfocítica. O presente trabalho tem por objetivo descrever a epidemiologia de mortalidade por LL no Brasil de 2016 a 2020, observando a faixa etária, sexo e região brasileira.

Realizou-se estudo transversal descritivo durante o mês de maio de 2021, utilizando a base de dados do Departamento de Análise em Saúde e Vigilância das Doenças Não Transmissíveis (DASNT/SVS/MS), filtrando por sexo, faixa etária, região e mortalidade por LL de 2016 a 2020.

Em 2016, ocorreram 2.103 óbitos por LL, sendo 549 (26%) entre 0 a 19 anos, 307 (14%) de 20 a 39 anos, 306 (14%) entre 40 a 59 anos, 592 (28%) entre 60 a 79 anos e 349 (16%) com 80 anos ou mais. Por sexo, 890 (42%) feminino e 1.213 (58%) masculino. Por região, a Sudeste (SE) apresentou 908 (43%), a Nordeste (NE) 500 (24%), a Sul (S) 368 (18%), a Norte (N) 173 (9%) e a Centro-Oeste (CO) 154 (7%). Em 2017, ocorreram 1.939 óbitos, sendo 491 (25%) entre 0 a 19 anos, 286 (15%) entre 20 a 39 anos, 263 (14%) de 40 a 59 anos, 557 (29%) de 60 a 79 anos e 342 (17%) com 80 anos ou mais. Por sexo, 848 (44%) feminino e 1.091 (56%) masculino. Por região, a SE 811 (41%), a NE 480 (25%), a S 345 (19%), a CO 156 (8%) e N 147 (7%). Em 2018, ocorreram 2.109 óbitos, sendo 467 (22%) de 0 a 19 anos, 317 (15%) de 20 a 39 anos, 309 (15%) de 40 a 59 anos, 647 (30%) de 60 a 79 anos e 367 (17%) com 80 anos ou mais. Por sexo, 944 (45%) feminino e 1.165 (55%) masculino. Por região, a SE 893 (43%), a NE 514 (25%), a S 368 (17%), a N 171 (8%) e CO 163 (7%). Em 2019, ocorreram 2.208 óbitos, sendo 524 (24%) de 0 a 19 anos, 323 (15%) de 20 a 39 anos, 351 (16%) de 40 a 59 anos, 657 (30%) de 60 a 79 anos, 353 (15%) com 80 anos ou mais. Por sexo, 996 (45%) feminino e 1.212 (55%) masculino. Por região, a SE 977 (44%), a NE 522 (24%), a S 400 (18%), a N 173 (8%) e a CO 136 (6%). Em 2020, ocorreram 1.866 óbitos, sendo 433 (23%) de 0 a 19 anos, 263 (14%) de 20 a 39 anos, 294 (16%) de 40 a 59 anos, 579 (31%) de 60 a 79 anos e 297 (16%) com 80 anos ou mais. Por sexo, 810 (43%) feminino e 1.056 (57%) masculino. Por região, a SE 775 (40%), a NE 441 (23%), a S 411 (22%), a CO 156 (8%) e a N 151 (7%).

No período estudado, ocorreram 10.225 óbitos por LL. Observa-se que a média dos óbitos foi de 2.045 óbitos anuais. Tendo o ano de 2019 a maior mortalidade por LL e 2020 a menor mortalidade. Quanto ao sexo, nos anos pesquisados, o masculino predominou em relação ao feminino, com 1.249 (28%) óbitos a mais, o que vai ao encontro com o que se encontra na literatura sobre a epidemiologia prevalecer sobre o masculino. Por região, nota-se um padrão entre as regiões SE, NE e S, ocupando o primeiro, segundo e terceiro lugar, respectivamente, nos anos de 2016 a 2020. Por faixa etária, pacientes geriátricos entre 60 a 79 anos apresentaram prevalência quando comparado às outras idades em ambos os anos, corroborando com achados na literatura de que a idade média no momento do diagnóstico é a partir dos 60 anos, resultando em maiores óbitos a partir dessa faixa etária em relação a outras idades. Também notou-se que pacientes pediátricos, de 0 a 19 anos, apresentam mortalidade alta mas discretamente inferior aos geriátricos, dando predomínio a este último intervalo etático.

O ano de 2019 apresentou maior mortalidade por LL, seguido por 2018, 2016, 2017 e, por fim, 2020. Por sexo, o masculino registrou mais óbitos em ambos os anos. Já, em relação à faixa etária, entre 60 a 79 anos ocorreram óbitos a mais do que em outras faixas etárias. Por região, a SE predominou na mortalidade por LL, seguido por NE e S, tendo esse padrão em todos os anos estudados.